25 de agosto de 2016 às 4:20
Cremado o corpo de Geneton Moraes Neto, autor de entrevistas que marcaram a história do jornalismo
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Foi cremado nesta quarta-feira no Rio de Janeiro o corpo do jornalista Geneton Moraes Neto, o pernambucano que ensinou várias gerações de jornalistas a entrevistar...e a ser discreto. Para Geneton, o brilho estava sempre do outro lado, onde estava a notícia. Seu papel era o de transmitir. Com brilho, claro. Porém, com a notícia em primeiro lugar. Em seu velório, foi o jornalista Marcos Uchoa quem melhor definiu esse estilo discreto e inteligente de Geneton, que não tinha espaço para o “olha eu aqui”. "Quando a gente acha que a gente é que é importante, já está errando o foco", disse Uchoa definindo Geneton. Conheci Geneton no escritório da TV Globo em Londres. Acompanhada da colega de TV Cabugi, Lúcia Matias, fui visitar o escritório numa das viagens de férias pela Europa. Geneton estava lá. Nos recebeu com simpatia extrema e nos levou para a ilha de edição, onde montava uma entrevista que tinha feito com Gilberto Gil na Inglaterra. O jornalista morreu na segunda-feira, aos 60 anos, vítima de um aneurisma dissecante na aorta. Ele estava internado desde maio na Clínica São Vicente, na Gávea. Ele deixou a viúva, Elizabeth, os filhos Joana, Clara e Daniel, e os netos Beatriz, Dora, João Philippe e Francisco. Como seguia a linha de que um assunto nunca se esgotava, a morte do jornalista não dá sua vida por encerrada. Ficam os livros que publicou como “Hitler/Satalin: o Pacto Maldito”; “Nitroglicerina Pura”; “O Dossiê Drummond: a Última Entrevista do Poeta”; “Dossiê Brasil”; “Dossiê 50: os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro”; “Dossiê Moscou; “Dossiê História: um repórter encontra personagens e testemunhas de grandes tragédias da história mundial”; e “Dossiê Gabeira”. Abaixo uma entrevista de Geneton Moraes Neto ao ‘Observatório da Imprensa’ em 2012. [embed]https://youtu.be/QfnpGIqQ9C8[/embed] Como ele mesmo falou, foi marcante a entrevista com o General Newton Cruz, o mais polêmico dos generais do período da ditadura militar no Brasil, considerado da "linha dura" do Exército. Na entrevista ao DOSSIÊ GLOBONEWS, Cruz quebrou o silêncio que manteve nos últimos anos e revelou um dos segredos que guardava: militares estariam preparando um novo atentado igual ao que seria cometido no Rio-Centro em abril de 1981. [embed]https://youtu.be/ZKher45QBlU[/embed]