7 de julho de 2012 às 9:48
O desespero de um pai desesperado para alimentar X o descaso da saúde pública
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Do pai desesperado, Sérgio Caetano, que quer, tão somente, alimentar a filha de 10 meses, o Blog recebeu a carta seguinte e publica, na íntegra, chamando atenção da Saúde Federal no Rio Grande do Norte: * Tudo começou quando Sofia tinha 1 mês de vida. Ela ganhava peso bem, mas depois passou a não ganhar como deveria. Estava em aleitamento materno exclusivo e essa condição permaneceu até os 4 meses, quando foi diagnosticada a APLV – Alergia à Proteína do Leite de Vaca. A partir daí, foram introduzidos sucos na dieta da criança, como complemento ao leite materno, sendo para tanto exigido que a mãe fizesse uma dieta de exclusão total de leite de vaca e seus derivados. Ainda assim, ela não ganhava peso de forma satisfatória. Aos 6 meses foram introduzidos novos alimentos, mas também sem muito sucesso na evolução do peso. Evoluiu, mas lentamente. O gastropediatra e a pediatra que a acompanham, decidiram não introduzir o leite de soja, sob o risco de reação alérgica. E foi o que aconteceu: aos 9 meses ela apresentou reação alérgica ao leite de soja ingerido pela mãe e teve que ir para a hidratação no pronto-socorro, tendo, então, dois diagnósticos: alergia à proteína do leite de vaca e alergia à proteína do leite de soja. Dessa forma, o gastropediatra nos encaminhou para o Hosped – Hospital de Pediatria da UFRN – para recebermos gratuitamente a fórmula especial de nutrição infantil à base de hidrolisado protéico. Essa fórmula tem um custo elevado: um custa 90,00 e outro, 200,00. Foram prescritos pela nutricionista do Hosped 10 latas/mês. A batalha começou dia 20/06 quando o gastropediatra nos encaminhou para o Hosped. No dia 21/06 fomos até lá, mas nos deparamos com o portão fechado; no dia 22/06 fomos novamente e a recepcionista disse que não havia médico no horário, pediu para retornarmos no dia 25/06; nesse dia, fomos atendidos por uma médica residente extremamente estúpida que nos destratou e depois disse que a médica que assinava o documento não estava mais lá, pediu que retornássemos, então, dia 02/07 pontualmente às 07h. Quando chegamos lá, no horário combinado, informaram que a médica só chegava as 08h. Somente às 09h30min foi que informaram que a médica responsável estava de férias, sem previsão de volta e, “talvez”, na quinta-feira (05/07), o médico do dia pudesse assinar o documento que precisamos para requerer junto à Secretaria Municipal de Saúde o leite hidrolisado. Na quinta retornamos, novamente às 07h e, como sempre, não tinha médico; disseram que ele chegava às 08:00. Às 08:30 a médica residente chegou para informar que o médico estava viajando e voltava dentro de 15 dias. Ou seja, mais uma viagem perdida. Essa médica residente, extremamente grosseira, nos destratou novamente, desta vez no corredor do hospital. Pegou o encaminhamento do médico e perguntou: o que você está fazendo aqui? Você não vai conseguir, ela não tem direito, dê comida para a sua filha, ela não precisa de leite. Aí perguntamos: onde está a humanização que o serviço de saúde tanto defende? Que tipo de pediatra é essa que não conhece as necessidades nutricionais de uma criança de 10 meses? Ainda continuamos na batalha. A única informação que temos do Hosped é que os médicos entraram em greve e estão trabalhando nessa escala, porém um está de férias, outro viajando e a outra médica nem sequer sabem informar por onde anda... Sérgio Caetano srgcaetano@yahoo.com.br