A Folha de hoje relembra a agressão do senador e ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, a quem chamou, em plena tribuna do Senado, de “filho da puta”.
E enumera as 7 agressões de Collor.
Quase um livreto a história do nosso ex-presidente, que se elegeu derrotando Lula e o PT, e hoje comunga da mesma hóstia à mesma propina com o partido da presidente Dilma Rousseff.
Eis os 7 mandamentos de Collor:
Sete momentos em que Collor foi agressivo em frente às câmeras
LEONARDO SANCHEZ – COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SÃO PAULO
MARCELO SOARES – EDITOR DE AUDIÊNCIA E DADOS
O senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) ganhou atenção na última quarta-feira (5) ao chamar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de “filho da puta”, na tribuna do Senado. Ele reagiu com virulência às acusações de que um grupo ligado a ele teria recebido R$ 26 milhões em propina, o que o coloca na mira da Operação Lava-Jato. Collor nega as acusações.
Para quem conhece o estilo de Collor, a frase foi apenas mais uma na coleção do ex-presidente desde que ele ganhou notoriedade nacional na campanha eleitoral de 1989. Relembre outros momentos em que Collor demonstrou agressividade em frente às câmeras.
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13.dez.1989 – “Pinóquio da década”
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Collor e Lula concorriam no segundo turno da corrida presidencial de 1989. No último debate entre os dois candidatos, ele procurou pregar o rótulo de mentiroso em seu adversário (aos 33s).
Logo depois desse debate, Collor se tornou o mais jovem presidente do país, levando 53% dos votos aos 40 anos de idade. Ao tomar posse, fez um confisco da poupança –coisa que acusou o adversário de querer fazer. Duas décadas depois, ele e Lula se abraçaram e trocaram elogios em ato público, durante a inauguração de uma obra em Alagoas.
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13.ago.1992 – Verde e amarelo – e preto
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Dois anos depois de o governo Collor confiscar a poupança, em meio a denúncias de corrupção envolvendo seu tesoureiro de campanha, milhares de brasileiros pediam o impeachment do presidente. Preocupado com os protestos no país, Collor pediu à população, pela TV, que vestisse as cores da bandeira nacional e fosse às ruas apoiar seu mandato. Não deu certo: as capitais de todo o país foram tomadas pelos ‘caras-pintadas’, que vestiam a cor preta, em sinal de desaprovação a Collor. (aos 1min20s).
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20.set.1992 – Súplica e tchau
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Em seu último pronunciamento na televisão antes de deixar o Planalto, Collor ocupou 20 minutos da grade horária para suplicar à população. Mais uma vez, suas expectativas foram frustradas e, naquele ano, Collor se tornaria o primeiro presidente brasileiro a sofrer um impeachment. (o apelo final vem aos 17 min 50s).
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19.mar.1997 – “Filhotinha”
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PC Farias, o tesoureiro de Collor, apareceu morto em 1996 em circunstâncias misteriosas. Após sua morte, quando surgiram acusações de envolvimento do esquema PC com a máfia italiana, Collor deu uma entrevista ao Jornal Nacional, na qual perdeu a paciência novamente. Ele criticou a Polícia Federal e outros órgãos que o investigavam e ainda deu respostas grosseiras à jornalista Sônia Bridi, chamando-a de ‘filhotinha’ e ‘desinformada’, após ser questionado se concorreria às eleições de 1998 (aos 5min):
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05.set.2000 – “Fala qualquer coisa aí”
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Em 2000, ainda com seus direitos políticos cassados, Collor recorreu à Justiça Eleitoral para poder concorrer à Prefeitura de São Paulo. Mediante recurso, conseguiu participar dos debates e ter seu nome incluído na urna eletrônica, mas ao final não pôde concorrer.
No debate da TV Bandeirantes, Collor foi sorteado para fazer uma pergunta a Enéas Carneiro (Prona), que também concorreu à Presidência em 1989. Preferindo debater com outros candidatos, o ex-presidente desdenhou do adversário e, em vez de questioná-lo, pediu que ele dissesse ‘qualquer coisa aí’. Enéas disse achar “ótimo”.
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03.ago.2009 – Engula e digira
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Eleito senador por Alagoas em 2007, em seu primeiro cargo público após recuperar direitos políticos, Fernando Collor discutiu com o colega Pedro Simon (PMDB-RS), que havia pedido ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que renunciasse ao posto após uma série de acusações de corrupção.
Simon lembrou que o então ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi apoiador de Collor e o abandonou às vésperas do impeachment, para anos depois se tornar “homem de confiança do Lula”. Ofendido por ser associado a Renan, então sob os holofotes após revelações de corrupção iniciadas pela notícia de que uma ex-amante sua recebia pensão de um lobista de empreiteira, Collor exigiu que Simon “engula e digira” suas palavras (aos 4min 50s).
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05.ago.2015 – A mãe no meio
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Para finalizar, o recente xingamento de Collor dirigido ao procurador-geral Rodrigo Janot. No momento em que afirmava que a apreensão de três carros de luxo em sua casa em julho fazia parte do que chamou de “espetáculo midiático” e que os carros foram comprados com dinheiro lícito, Collor sussurrou o xingamento. (aos 40s).