Coligação de Fafá pede cassação das candidaturas de Larissa a prefeita e Lahyre Neto a vereador

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A assessoria jurídica da coligação da prefeita-candidata Fafá Rosado, deu entrada às 18h40, na 34ª Zona Eleitoral, em Mossoró, de uma representação pedindo a cassação de registro de candidatura, ou cassação de diploma caso sejam eleitos, da candidata a prefeita Larissa Rosado, e do candidato a vereador, seu irmão Lahyre Neto.
O pedido de “cassação imediata” foi motivado, segundo a ação, “pela prática de captação ilícita de sufrágio”.
Segundo a ação judicial, que deverá ser julgada pelo juiz Francisco Seráphico, os dois candidatos citados, além do ex-deputado Laíre Rosado e do policial militar Alessandro Gomes – o Capitão Gomes – agiam na “liberação irregular de veículos apreendidos, principalmente motocicletas sem pagamento das devidas taxas e normalização de pendências junto aos órgãos de trânsito”.
Segundo a ação, os citados estão envolvidos em um “plano fraudulento” onde pessoas que se diziam prejudicadas procurava o candidato Lahyre Neto e o ex-deputado Laíre Rosado, que mandavam “verbalmente ou por meio de bilhetes” para o Capitão Gomes, o pedido de liberação do veículo em discussão.
O documento encaminhado à justiça diz que os veículos eram entregues pelo Sargento Alcivan, subordinado ao Capitão Gomes.
A ação impetrada contra os candidatos do PSB, contém trechos de diálogos que, segundo a assessoria jurídica da prefeita Fafá Rosado, comprometem as candidaturas de Larissa Rosado e Lahyre Neto.
Leia trechos de diálogos que constam nos autos, onde foram anexados os áudios dos mesmos diálogos:
DIÁLOGO ENTRE LAHYRE E UM INTERLOCUTOR
Interlocutor 1 – Lairinho...
Lairinho – Oi
Interlocutor 1 – Queria falar com você. Pode ser?
Lairinho – Pois não. Diga aí.
Interlocutor 1 – Porque eu queria pedir uma ajuda a você. Pra ver se dava pra você liberar minha moto.
Lairinho – Por quê?
Interlocutor 1 – Porque, rapaz, eu vinha de chinela.Aí ela foi presa, sabe?
Lairinho – Tá tudo em dia? Tudo ok?
Interlocutor 1 – Tá. É porque eu vinha de chinela. Aí ela foi presa. Eu queria que você desse uma forçazinha pra ver se liberava. Sem pagar a multa, né? Eu acho que... eu tava de chinela e eles podem até querer multar, né?
Lairinho - Mas isso dá motivo de apreensão da moto?
Interlocutor 1 – Foi. Prenderam. Levaram.
Lairinho – Como é seu nome?
Interlocutor 1 – Tarcílio
Lairinho –Vá lá no, no... Vá lá no batalhão e procure Gomes.
Interlocutor 1 – Gomes? Assim, é pra eu dizer o que? Falar...
Lairinho – Você num chegue... Você num mande... Você num chegue dizendo que fui eu que mandei não. Você diga que por favor que quer falar com ele. Que eu tô mandando aqui um, um... que eu falo com ele.
Interlocutor 1 – Pronto.
Lairinho – Tá bom?
Interlocutor 1 – Tá
Lairinho – Pode ir lá.
Interlocutor 1 – Então não precisa dizer seu nome lá não?
Lairinho – Você diz o seu.
Interlocutor 1 – O meu, né?
[pausa]
Interlocutor 1 – Lairinho mais será que dá certo? Que vai dar certo?
Lairinho – Ele vai fazer o possível
Interlocutor 1 – Tá bom.
Lairinho – Tá certo?
Interlocutor 1 – Quando der certo lá aí eu...
Lairinho – Aí se for só porque você tava de chinelo, aí eu acho que dá pra...
Interlocutor 1 – Aí eu vou... tá bom. Vou lá. Eu vou lá tomara que dê certo. Dando certo aí...
Lairinho – Se não der você volta a me procurar.
Interlocutor 1 – Se quiser minha ajuda aí... pra alguma coisa.
Lairinho – Eu preciso do seu voto.
Interlocutor 1 – É. Votar em você, né?
Lairinho – Qualquer coisa você volta a me procurar.
SEGUNDO DIÁLOGO ENTRE OS DOIS
Interlocutor 1 – Oh, rapaz. Lhe vi agora. Ei, deu certo ontem. Valeu aí, obrigado.
Lairinho – Valeu.
Interlocutor 1 – Lá em casa tem uns cinco votos. Vou ajeitar pra votar em você. Tudo com você. Me dê um folhetuzin... deu certo. É pra votar em quem? Você? E prefeita?
Lairinho – Larissa!
Interlocutor 1 – Larissa, né?
Lairinho – Nossa futura prefeita.
Interlocutor 1 – Tá bom. Valeu, viu.
Lairinho – Dá uma força lá.
Interlocutor 1 – Tá bom.
DIÁLOGO ENTRE OUTRO INTERLOCUTOR E O CAPITÃO GOMES
Testemunha: Boa tarde Capitão Gomes
Gomes: Boa tarde
Testemunha: Capitão eu vim aqui a pedido de Larissa porque minha moto foi solto, minha moto foi presa vai fazer um mês, com meu cunhado, entendeu, e ela tem..tá dois anos atrasada, entendeu. Eu falei com ela, Larissa mandou vir até o senhor pra ver o que é que o senhor podia fazer por mim pra liberar essa moto.
Gomes – Essa moto foi presa aonde?
Testemunha: Essa moto foi presa ali perto daquela avenida da Roubos e Furtos, à noite, meu cunhado vinha nela e ele tá sem condições financeira de pagar o emplacamento dela, né, tá dois anos atrasada. Veja o que é que o senhor pode fazer por mim, aí.
Gomes: Ela foi presa por quem, no caso quem foi o condutor?
Testemunha: o rapaz que tava nela era meu cunhado.
Gomes: Ele tinha carteira de motorista?
Testemunha: Tinha
Gomes: Ele era habilitado?
Testemunha: Era habilitado, exatamente.
Gomes: qual é a placa dessa moto?
Testemunha: eu tou com o documento aqui...vou mostrar pro senhor aqui.
Gomes: essa moto foi presa quando?
Testemunha: vai fazer uns trinta dias que essa moto foi presa, mas aí meu cunhado falou com um pessoal aí, mas, não deu certo e ai eu falei com Laíre e Laíre disse que o senhor era a pessoa que podia me ajudar.
Gomes: certo. Você conhece o sargento Alcivan?
Testemunha: conheço, conheço Alcivan.
Gomes: você procure ele, mande ele dar uma ligadinha pra mim, que a gente vê como faz para soltar essa sua moto.
Testemunha: veja o que o senhor pode me ajudar ai, porque essa moto aí eu quero tirar ela, num quero nem pra andar, doutor, eu quero tirar ela pra mim vender, eu não tenho nem condições de emplacar ela, tirar ela pra vender, entendeu?
Gomes: você vota aqui mesmo?
Testemunha: voto aqui, é.
Gomes: Você sabe também como é que eu preciso de uma ajuda sua, né?
Testemunha: Não, tranqüilo doutor, isso ai... qual é o vereador do senhor? Quem é o vereador do senhor?
Gomes: Laíre.
Testemunha: Lairinho, né?
Gomes: é.
Testemunha: pronto, pronto, eu tem eu, minha esposa...minha esposa, eu já tenho uma filha com 22 anos que já vota e alguém amigo meu que possa....
Gomes: você tá com seu documento ai?
Testemunha: tou, tou
Gomes: mostra aqui. Sua habilitação aqui.
Testemunha: taí.
Gomes: você é habilitado né?
Testemunha: sou habilitado, sou, posso, posso pegar ela agora de tarde e..
Gomes: vá lá no Peltran agora e mande o sargento ligar pra mim.
Testemunha: pronto
Gomes: e fique lá e eu vou precisar de você, viu!!
Testemunha: tranqüilo
Gomes: mande pegar a xerox do seu documento.
Testemunha: tranqüilo, tranqüilo
Gomes: traga da sua família todinha
Testemunha: pronto
Gomes: quando você precisar de mim eu tou aqui pra te ajudar.
Testemunha: tá bom, doutor, muito obrigado.
Gomes: mande ele ligar pra mim
Testemunha: pronto, pode ficar tranqüilo que o que eu puder fazer, eu vou falar com família, com minha esposa.
Gomes: eu vou ligar agora pro Peltran e mandar falar com você
Testemunha: pode ficar tranqüilo que o que eu puder fazer, muito voto não, mas, o voto da família pro vereador Lairinho a gente ajuda
Gomes: tá bom então
Testemunha: muito obrigado e agradecido ao senhor
Gomes: até mais
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A ação contém mais diálogos envolvendo outras pessoas