02/11/2008
As crises que os petistas tentaram ignorar
[0] Comentários | Deixe seu comentário.As crises na campanha do PT foram muitas.
Petistas criticaram o Blog por publicar fatos negativos somente da campanha de Fátima.
Mas agora, passado o calor da campanha e diante da avaliação realista – a mesma que o Blog teve durante a campanha - do presidente do PT, vamos aqui fazer um flashback das crises no processo eleitoral em Natal.
*Quais foram as crises expostas na campanha vitoriosa de Micarla de Sousa?
1- A crise do marketing! Que culminou com a troca de marqueteiro em pleno início de campanha e que o Blog, em algumas situações, publicou em primeira mão e não perdeu um lance.
Qual mais?
Vou aqui falar nas crises da campanha de Fátima enquanto alguém aí se lembra das outras crises da campanha de Micarla, tá?
*Vamos às crises da campanha do PT:
1- A escolha da candidata, que passou por cima das normas do PT e mandou para o espaço os candidatos que o partido, na sua maioria, realmente queria.
2- A escolha do vice, que foi, inegavelmente, a maior vergonha do acordão. Seria uma escolha do PSB que passou a bola para o PMDB, que chamou Deus e o mundo para ser o companheiro de chapa de Fátima e que ninguém quis. E só faltando pouco mais de uma hora para o fim da convenção, recebeu o sim do professor Luís Eduardo Carneiro, que durante a manhã já havia dito Não, mas disse Sim, não por convicção, mas para salvar o amigo aliado senador Garibaldi Filho de um constrangimento inédito na história política do Rio Grande do Norte.
3- A escolha do marqueteiro foi outra crise. Quiseram transformar o publicitário Alexandre Macedo em petista juramentado, só porque ele cobrou um preço pelo seu trabalho, e não pela sua adesão.
4- A escolha da assessoria jurídica também. A opção pelos aliados tornou as ações na justiça, em muitos casos, bem passionais.
5- Verba para a campanha: Lula não mandou, o governo do Estado não liberou e a Prefeitura de Natal muito menos. Tudo isso exposto, com a imprensa e meio mundo de gente sabendo.
6- O nome de Fátima não emplacava; era hora de substituir. O senador Garibaldi Filho deu o start, conversou com os aliados, e até sugeriu o nome do deputado João Maia para ser o candidato do acordão. Fátima estrebuchou. Não imaginava ouvir de Garibaldi, um dos mentores de sua candidatura, que ela não servia mais. Carlos Eduardo, o padrinho-mor da candidatura do PT, também não aceitou. Não pela retirada de Fátima, mas, pelo nome de João. O deputado é pedra no sapato do prefeito para 2010. No episódio desastroso, Wilma saiu, na mesma noite, em defesa de Fátima. E deu declaração exclusiva ao Blog reafirmando apoio à petista.
7- As chuvas, que nunca chegam em época de campanha, este ano foram cruéis. Os alagamentos na zona Norte deixaram muitas famílias desabrigadas, e a Prefeitura pouco fez pelos eleitores debaixo d’água.
8- Padrinho maior de Fátima, o prefeito Carlos Eduardo foi acionado por estar fazendo campanha em horário de trabalho. Foi flagrado na feira com a candidata e teve que se defender na justiça.
9- E o prefeito teve de driblar a imprensa, dizendo que um café da manhã que promoveu no restaurante Talher para os cargos comissionados da Cultura, era um café em homenagem ao dia do psicólogo. Mesmo sabendo que não tinha um psicólogo na platéia, além da sua candidata a vereadora Cida França. Era um café para pedir votos, que terminou em manchetes de jornais com a chegada de uma equipe da TV Ponta Negra. O que impediu a presença da candidata majoritária. Fátima iria, mas foi avisada para nem aparecer.
10- Esquecendo o episódio do Talher, a campanha de Fátima protagonizou o episódio do La Tavola. Lá estavam os cargos comissionados da STTU sendo orientados a votar e trabalhar na campanha, quando mais uma vez chega uma equipe da TV Ponta Negra. E a candidata Fátima corre e se esconde na cozinha. Tudo filmado e exibido na televisão. Sem contar que dentro da cozinha um funcionário filmou, de seu celular, a candidata olhando pela brecha da porta e perguntando: Eles ainda estão aí?. Depois, filmada pelas câmeras, ela saiu correndo do restaurante apoiada em uma assessora, entrou no carro e sumiu. Outra vergonha da campanha de Fátima que não poderia ser ignorada pela imprensa...nem por ninguém.
11- As caminhadas de Fátima eram vazias. As fotos enviadas à imprensa pela própria assessoria da candidata, retratavam bem a realidade. Só com a presença da governadora Wilma de Faria se era possível produzir fotos mais movimentadas.
12- A agressão, numa caminhada, a uma equipe da TV Ponta Negra. Cinegrafista ferido no hospital, câmera desaparecida. O PT tentou justificar que não havia necessidade da presença de equipe da TV de Micarla na último mobilização da campanha, quando tinha repórter de todos os veículos. Não justificava a agressão. E a quase tragédia preocupou os petistas. O assunto rendeu nas páginas e o PT prometeu pagar a câmera. Assumiu a agressão.
13- O comício de Lula fechou a campanha em crise com chave de ouro. Primeiro pela quantidade de ônibus vindos de cidades do interior para lotar a região da zona Norte onde pouco tempo atrás, muitos moradores perderam tudo com o alagamento das chuvas. Depois, pelo desastre que foi o próprio presidente. Em vez de dizer que sua candidata era a melhor – se disse, o marketing não mostrou – fez acusações ao senador José Agripino e chamou a candidata Micarla de Sousa, disparada nas pesquisas exatamente ali onde Lula falava besteira, de sem caráter...de sem honradez. Lula ganhou a antipatia até de quem não votava em Micarla. O presidente popular que não consegue transferir sua popularidade para candidato nenhum, conseguiu transferir a ira das pessoas à sua candidata Fátima Bezerra. Lula, que já não tem um dedo em uma das mãos, quase perde um ou mais dedos do pé. Porque o tiro que ele deu foi exatamente no próprio pé.
*
Essas foram as crises que consegui me lembrar agora...manhã de domingo. Coincidentemente, 13 crises. O número do PT.
E aí, alguém conseguiu chegar à segunda crise da campanha de Micarla?
Hein?
Então...dizer que a imprensa se posicionou contra Fátima, não seria tapar o sol com a peneira não?