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09/01/2010





Jesus de Miúdo e o porquê da decadência da Jardinense

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A propósito de uma reclamação de um leitor, sobre o serviço prestado hoje pela Viação Jardinense, que faz a linha Natal-Pau dos Ferros, passando pelo Seridó, recebo um e-mail do meu conterrâneo de Acari, Jesus de Miúdo.
Blogueiro como eu, que faz do seu www.acaridomeuamor.nafoto.net, um espaço de encontros, história e poesia.
E que, por dever do seu ofício, não de blogueiro, viaja constantemente para Natal.
Sempre se utilizando dos ônibus da jardinense.
Motivo de crítica para muitos leitores, que acusam a empresa de não manter os veículos, e deixarem que, muitas vezes, em uma única viagem os passageiros tenham que trocar de carro até 3 vezes, tamanha é a quebradeira dos ônibus.
Jesus de Miúdo, passageiro constante da Jardinense, também reclama do que acontece.
Mas ele tem uma visão do motivo pelo qual isso acontece.
E o Blog abre espaço para o acaroense-blogueiro-passageiro da Jardinense.
Thaisa
Ainda não perdi o doce e saudável vício de ler o seu Blog diariamente, ofício quase religioso de qualquer potiguar interessado pelas novidades quentes do seu estado.
Mas, hoje em dia, faço isso num vexame tão grande, que acabo perdendo, de vez em quando, notícias interessantes.
Prova disso foi a sua postagem com a reclamação de um leitor sobre as quebras da Jardinense, empresa de serviço de transportes. Vistas por mim somente agora. Considerando-me como usuário daquela empresa há dois anos e dois meses, sendo que por dezoito meses viajei diariamente todos os dias, indo e vindo de Acari para Natal, vi a frota da empresa ir aceleradamente sendo sucateada nos últimos anos.
É verdade!
Passei e passo cada sufoco!
Mas como sou seridoense e a companhia é uma irmã minha, acabo zelando e fazendo outra leitura dos seus problemas.
Sei da gestão cheia de falhas por parte do seu corpo administrativo que, também, defenestrou a empresa para tornar-se o que hoje é: uma campeã de reclamações e geradora recordista de descontentamento entre seus usuários.
Sei dos problemas na Justiça do Trabalho, das dificuldades de crédito, etc.
Mas, Thaisa, ao longo dos anos, a Jardinense vem atuando em meio a uma concorrência desleal!
Por leis federais a empresa ver-se obrigada e dá a meia ao estudante, duas passagens grátis ao idoso em cada carro (sendo as demais cobradas meia tarifa), dá a passagem ao aidético, transporta guardas rodoviários e militares sem a cobrança e, quando faz promoção nos preços dos seus serviços, paga o imposto cheio, ou seja, sem descontos.
Os opcionais não oferecem nem um décimo desses benefícios à sociedade, Thaisa.
O Estado não devolve, sequer em incentivos fiscais, essa perda de ganho da empresa.
É como se diz no popular, o Governo atira com a pólvora alheia.
Alguém poderá me perguntar por que outras companhias não se encontram na mesma triste situação.
Eu posso responder que mora justamente aí a incompetência administrativa dos proprietários, e sua incapacidade de antecipar-se ao advento do alternativo.
E relembro também a forma como os usuários da Jardinense eram tratados outrora, criando uma antipatia muito grande pela companhia entre os seus clientes.
Outro fato, ao contrário do alternativo, que quando não lota simplesmente abandona a linha naquele dia, a empresa Jardinense tem a obrigação de cumprir seus horários.
Exemplificando melhor, outro dia, no Expresso das dezessete e quarenta e cinco, viajamos em número de oito pessoas, assim distribuídos: dois idosos (grátis), dois idosos (meia), três estudantes e um passageiro normal.
O que quero mostrar?
Num serviço que oferece até ar frio no carro, saindo de Natal para Caicó, a Jardinense recebeu o equivalente a três passagens e meia pelo transporte.
Enxergando os mais de cem funcionários pais de famílias que a Jardinense ainda possui, o Estado deveria sim, olhar pela empresa, mas, seguindo as regras da nova ordem de salvar companhias, tentando encontrar uma alternativa que possa acudir a entidade.
Não seria o momento para uma Intervenção Judicial?
Caso isso seja impossível, aí o povo, verdadeiro dono das linhas rodoviárias, deverá receber o serviço de uma empresa que ofereça o melhor em conforto e segurança.
E por isso o Estado tem a obrigação de zelar, pelo bem-estar da sociedade.
Portanto, cabe ao Estado conseguir um equilíbrio entre os alternativos (também empregadores de uma força considerável de trabalho) e as empresas juridicamente constituídas, caso da Jardinense.
Infelizmente os proprietários da Jardinense deixaram a coisa chegar onde chegou. Infelizmente!
Beijos em Maria Fernanda (cada dia uma mocinha mais bela).
Jesus de Miúdo.
www.acaridomeuamor.nafoto.net

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