07/05/2010
Encontro de municípios de Minas Gerais reúne 3 presidenciáveis
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Foto: Pedro Silveira/O Tempo/AE
Pense num Estado forte...Minas Gerais.
De uma só vez juntou, pela primeira vez nesta período de pré-campanha, 3 presidenciáveis.
E sabe para quê?
Somente para participar do 27º Congresso Mineiro de Municípios.
Com direito a protesto de professores em greve e tudo.
Eis os temas debatidos pelos 3 presidenciáveis em Belo Horizonte, no encontro que mais pareceu o primeiro debate eleitoral da campanha:
Do G1
FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
Serra e Dilma se enfrentaram com argumentos em relação às perdas de arrecadação dos municípios durante a crise econômica internacional, quando o governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular e economia. Enquanto Dilma destacou que o governo fez a recomposição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Serra afirmou que o total do prejuízo não foi coberto. "A perda foi de R$ 3,5 bilhões, segundo as contas da Receita Federal para municípios. E o governo federal repassou R$ 2 bilhões. Ficou R$ 1,5 bilhão sobrando", disse.
Para justificar seu posicionamento, Dilma disse que o valor de R$ 2 bilhões de recomposição foi negociado. "Não saiu da cabeça do governo federal", afirmou. Ela lembrou ainda a importância dos cortes para a recuperação pós-crise. "O governo federal perdeu arrecadação, os municípois perderam arrrecadação. Mas o que nós ganhamos foi que o Brasil foi o primeiro país a sair da crise."
Marina Silva procurou destacar-se como uma terceira via, pregando uma ética de valores e a governabilidade acima da política partidária. Ela citou como exemplo a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF).
Marina lembrou que, quando a contribuição foi criada, em 1993, ela e o senador Eduardo Suplicy foram os únicos parlamentares da oposição a votar a favor do projeto. Segundo ela, houve uma inversão de papéis quando a CPMF foi derrubada pelo Senado, em 2008. “Lamentavelmente, os que eram a favor agora votaram contra. E os que eram contra votaram a favor. Temos que acabar com a ética de circunstâncias e apostar na ética de valores.”
REFORMA TRIBUTÁRIA
Tanto Dilma quanto Serra defenderam que os governos não façam distinção entre partidos na hora de atender os prefeitos. O tucano e a petista também argumentaram pela necessidade de se fazer a reforma tributária. Para a ex-ministra, a reforma implica questões importantes como definir a tributação na origem ou no destino. Além disso, ela citou a compensação como um problema a ser enfrentado. “Só será possível fazer de fato uma reforma tributária se for possível fazer acerto entre perdas e ganhos momentâneos”, afirmou.
Serra defendeu, de forma semelhante, um mecanismo de reposição de perdas do IPI. Ele afirmou reconhecer que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou com muita agilidade na crise, mas ressaltou que não é possível permitir que governos concedam benefícios “com chapéu alheio”. “Todos os governos federais fizeram isso, não estou focado nesse”, ressalvou.
Marina Silva, por sua vez, afirmou que a reforma tributária é objeto de um “consenso oco”. “Quando não se quer fazer alguma coisa, a melhor forma de não fazer nada é transformar aquilo num consenso”, disse. Ela citou como exemplos, além da reforma tributária, as reformas política e trabalhista. Segundo a senadora do PV, quando há um consenso a favor delas, há também um discurso para se deixar para depois. Marina afirmou ainda que apoiaria uma tese defendida pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) de se fazer uma Constituinte exclusiva para esses assuntos.
GRIPE E 45
No encontro, Marina, que estava gripada, disse que compareceu ao evento para que não houvesse comentários de que ela estava “fugindo do debate”. Após o evento, a assessoria da pré-candidata do PV divulgou que a agenda prevista para a sexta-feira (7) em Porto Alegre foi cancelada para que a senadora possa se recuperar.
Serra fez brincadeiras com o número 45, que representa o PSDB nas urnas. O comentário aconteceu num momento em que o jornalista Fernando Mitre, mediador do painel, anunciava que faltavam 45 segundos para o término do tempo de resposta. “O que é 45 que você fica repetindo? Daqui a pouco vai ter processo na Justiça Eleitoral”, disse.