11/09/2010
Solidariedade está longe de ser chique entre as mulheres natalenses
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Bom seria se as pessoas olhassem mais para o próximo...ajudassem mais...
Se não com dinheiro, doações... pelo menos com um alerta, uma informação...
Em Natal, as mulheres, em sua grande maioria, estão longe disso.
Prova disso foi o lançamento da campanha "Outubro Rosa", movimento internacional de combate ao câncer de mama, na quinta-feira.
Muitos convites distribuídos pela madrinha local do Movimento, Cláudia Gallindo, e pouca gente para ouvir a palestra da médica oncologista Karla Emerenciano, que falou sobre os cuidados para se evitar o susto.
O evento contou ainda com a presença da madrinha nacional do Movimento, a promoter paulista Alice Carta, que durante anos atuou na revista Vogue, comandada no Brasil pelo marido Luís Carta, e da madrinha do Movimento no Rio de Janeiro, Gisella Amaral, mulher do mega-empresário da noite carioca, Ricardo Amaral.
Gisella veio a Natal para fazer o que sempre faz, no lançamento do Outubro Rosa pelo país afora: dar um depoimento pessoal sobre câncer de mama, já que teve 4 tumores, e até hoje, 7 anos depois, ainda faz sessões esporádicas de quimioterapia.
O depoimento de Gisella bem que poderia ter sido ouvido por mais mulheres.
O exemplo de vida dela, que não se acabrunhou diante da doença, teria tido mais eco...
Mas poucas mulheres convidadas deram importância.
Tanto que o evento em Natal foi realizado numa sala pequena, no estacionamento do Midway Mall.
As mulheres de Natal bem que poderiam seguir o exemplo de solidariedade de mulheres do mundo afora.
Ser chique aqui é cuidar da aparência, tanto que, muitas convidadas para o evento, pularam a etapa das palestras...mas marcaram presença no lançamento de jóias que seguia a programação.
Valores distorcidos...talvez...ou apenas a doce ilusão de que o problema sempre entra pela janela do vizinho e eu não tenho nada a ver com isso.
No dia 23, como acontece todos os anos, o Outubro Rosa será lançado no Rio de Janeiro, na pérgula badalada do Copacabana Palace...e assim como acontece todos os anos, reunirá as mulheres "chiques de verdade" da sociedade carioca.
A convite da madrinha nacional Alice Carta, deverá vir ao Rio a estilista venezuelana María Carolina Josefina Pacanins y Niño, radicada nos Estados Unidos e conhecida no mundo inteiro como Carolina Herrera.
No dia 20, o lançamento será em Brasília, no salão enorme da boutique Magrella, e como acontece todos os anos, reunirá as mulheres "chiques de verdade" da Corte.
Exemplo de como para ser chique, a aparência não é a prioridade 1, Gisella Amaral não usa jóias. Acha injusto estar sempre, em suas ações sociais, próxima da pobreza, ostentar o que nem todo mundo pode fazer.
Perguntei desde quando ela tinha optado por desistir das jóias e ela me disse que "desde sempre".
"Aos 5 anos de idade minha babá me levava na casa dela e eu não entendia porque as crianças dali não tinham os brinquedos que eu tinha, nem os doces que eu podia ter. E sempre que eu ia eu levava brinquedos e comprava doces", explicou Gisella Amaral, que em Natal, ao lado de Alice Carta, e das amigas locais Elinor Alecrim e Fernanda Maia, foi conhecer a loja "Alma Brasileira", em Ponta Negra, especializada em artesanato brasileiro.
Ficou encantada com tudo, principalmente com os santos esculpidos da curraisnovense Luzia Dantas.
Pois, pois...
Cabe a nós, mulheres que temos voz, alertar: ser chique é saber que o câncer de mama pode estar entrando pela janela de sua vizinha...e que você, através de um gesto chique, poderá ajudar a fechar a janela antes que ele entre.
Conscientizar: é este o tom da campanha Outubro Rosa.
Fotos: Cláudio Marques
Gisella Amaral: depoimento pessoal sobre o câncer de mama
Alice Carta e Cláudia Gallindo: madrinhas nacional e local do Outubro Rosa
Com Gisella Amaral, natalenses que atuam em movimentos de combate ao câncer
Thaisa Galvão Elinor Alecrim, Fernanda Maia, Gisella Amaral e Alice Carta, na loja de artesanato em Ponta Negra