18/12/2010
Pesquisa de potiguar ganha destaque no "Journal of Medicine and Medical Sciences"
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A farmacêutica bioquímica Gioconda Dias Rodrigues Leão, coordenou uma pesquisa inovadora realizada no Rio Grande do Norte...
Pesquisa que mostrou o que todos já sabem...que a falta de ferro no organismo provoca doenças como anemia...e o que muitos não sabem: que o excesso de ferro no sangue é um problema grave e que traz sérios riscos à saúde.
O trabalho da profissional detalhou a relação entre pessoas com ferritina elevada e alterações genéticas.
O estudo mostrou que a mutação genética associada ao acúmulo do ferro nos tecidos eleva o risco de doenças como cirrose, cardiomiopatias (insuficiência cardíaca) e diabetes mellitus.
O trabalho da potiguar mereceu destaque com publicação, este mês, no Journal of Medicine and Medical Sciences, importante publicação científica internacional.
Ao lado de outros 9 profissionais potiguares, a pesquisadora, que também é uma das coordenadoras técnicas do Laboratório DNA Center, destacou a importância da realização da dosagem da proteína Ferritina, responsável pela reserva de ferro no organismo, para a prevenção de doenças, em qualquer paciente que se submetem a exame de check up.
A pesquisa é pioneira na área de genética em farmácia e foi apresentada como tese de mestrado de Gioconda na UFRN.
“A maioria das pesquisas relacionadas ao tema é realizada em países europeus, porque acredita-se que as alterações genéticas causadas pelo acúmulo são mais freqüentes em pessoas brancas. Mas a mistura de raças do brasileiro me surpreendeu, já que detectamos aqui a mesma proporção de portadores de Ferritina elevada apresentada em países como Portugal, Holanda e Espanha. Provavelmente devido à herança genética da nossa colonização”, destaca Gioconda Leão.
O estudo analisou a amostra de 183 pessoas em Natal, que apresentam a elevação na dosagem da proteína, e mostrou que os homens, entre 20 e 30 anos, têm mais chances de desenvolver doenças no coração, pâncreas e tireóide, por exemplo.
“No caso das mulheres, o índice é maior com a chegada da menopausa. Isso acontece porque durante a menstruação e a gravidez, o organismo feminino perde periodicamente uma grande quantidade de ferro, minimizando esse acúmulo”, explica Gioconda.
O laboratório DNA Center - Análises Clínicas, realiza, desde 2003, o exame que possibilita dosar os níveis de Ferritina no organismo, bem como detectar as alterações genéticas desencadeadas pelo excesso dessa substância.
O mais importante, segundo a bioquímica, é medir a concentração da Ferritina para que seja feito um tratamento preventivo.
“Se é detectado antes que o paciente venha a desenvolver determinada doença, o médico pode orientá-lo, prescrevendo uma dieta pobre em ferro ou medicações capazes de eliminar o excesso de ferro, através da quelação, por exemplo. Assim é possível fazer um acompanhamento eficaz e evitar o aparecimento de doenças, garantindo o aumento da sobrevida da população”, aconselha, Gioconda Leão mestre e doutoranda da UFRN sob a orientação do professor doutor Geraldo Barroso Cavalcanti.
Gioconda com o marido Marcos Leão