20/01/2011
A reportagem que virou caso de polícia
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Nas redações, o assunto desta quarta-feira foi o entrevero entre uma equipe do Novo Jornal e o ex-presidente do Ipem-RN, AugustoTargino.
A equipe foi a Macaíba tentar localizar uma granja que estaria sendo negociada com o deputado João Maia através de um sobrinho.
Reportagem do jornal diz que a equipe conversou com um sobrinho de Mano Targino, que tem propriedade na região, depois se deslocou para Natal, onde foi chamada para conversar, pessoalmente, com Mano, em sua loja.
Ocasião que, segundo a reportagem, teria sido ameaçada de morte e mantida em "cárcere privado" por 13 minutos.
O acusado Mano Targino se defende. Diz que a equipe invadiu sua propriedade e nega que tenha ameaçado alguém de morte.
O Blog não foi testemunha de nada...e apenas publica as versões ditas oficiais.
Da equipe do jornal, sob as bênçãos do Sindicato dos Jornalistas.
E do ex-presidente do Ipem, por ele mesmo.
Eis:
Sindicato dos Jornalistas
NOTA DE REPÚDIO
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindjorn) vêm a publico, repudiar as agressões verbais que a equipe do Novo Jornal sofreu na tarde desta terça-feira, (18), quando tentava conversar com o ex-presidente do IPEM, Mano Targino. O repórter Rafael Duarte, o repórter fotográfico Ney Douglas e o motorista da equipe Clodoaldo Régis foram ameaçados de morte pelo empresário, que durante mais de 12 minutos prendeu-os em sua sala.
A Fenaj e a diretoria do Sindjorn destacam que durante o exercício da profissão, nenhum cidadão brasileiro tem o direito de coagir uma equipe de reportagem, muito menos, ameaçar, intimidar e ofender enquanto trabalha, utilizando a Constituição Federal como argumento, tal qual fez o senhor Mano Targino, apontado pela equipe de reportagem como o agressor (conforme segue em 3 anexos: áudio da agressão, a matéria sobre à agressão veiculada no Novo Jornal nesta quarta-feira (19) e o Boletim de Ocorrências (BO) que a equipe de reportagem fez na 3ª Delegacia de Polícia do bairro do Alecrim, em Natal.
O repórter/Jornalista Profissional Rafael Duarte, o repórter fotográfico Ney Douglas e o motorista da equipe Clodoaldo Régis contam com o total apoio da Fenaj e do Sindjorn, na defesa da liberdade de imprensa e do livre exercício da profissão.
Por fim, exigimos que sejam apuradas as denúncias na forma da lei, para que denúncias deste tipo não voltem a ocorrer em nosso Estado, que no ano passado já foi palco de agressões contra jornalistas e até mesmo de homicídio, como o caso de F. Gomes, em Caicó, que foi assassinado porque apurava denúncias de compra de voto por drogas.
Que o Rio Grande do Norte não volte ao noticiário nacional como um Estado em que não há garantias de vida e muito menos segurança, para que os jornalistas possam continuar realizando o seu trabalho, defendendo o livre exercício da profissão enquanto fazem matérias, seja apurando denúncias, e/ou mostrando ao público os problemas que a população enfrenta no dia-a-dia.
Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte - Sindjorn
Augusto Targino
NOTA DE ESCLARECIMENTO
“Em razão de matéria publicada pelo impresso “Novo Jornal” desta capital no último dia 19.01.2011, sob o titulo de “Equipe do Novo Jornal é ameaçada de morte e mantida trancada em loja”, gostaria de fazer alguns esclarecimento à opinião pública, como forma de expressar minha versão sobre os fatos, bem como minha indignação com a forma anti-democrática e sensacionalista que este veículo de comunicação se comportou em relação a este fato:
-Eu e meus irmãos tivemos nossa privacidade e tranqüilidade violadas por um repórter do Novo Jornal, de nome Rafael Duarte;
-Tive minha propriedade invadida e fotografada pelo reporter Rafael Duarte, sem minha autorização ou dos meus irmãos;
-Já prestei queixa da invasão bem como vou buscar na justiça os danos causados a mim pelo repórter e pelo Novo Jornal;
-Fui procurado pelo mesmo repórter em meu comércio, que de forma MENTIROSA, me disse que estava fazendo uma reportagem sobre os “Sem-Terra”, coisa absolutamente inexistente naquela área;
- Só após eu chamá-lo de mentiroso é que ele confessou que na verdade de fato adentrou em meu imóvel sem minha autorização para fazer uma matéria de cunho político;
- Também é mentira que lhe ameacei de morte. O que lhe disse, e não nego, é que ele não pode invadir a propriedade alheia sem autorização, e que não posso me responsabilizar pela integridade física de invasores, e que usarei das formas que a lei me permite para afastar esse tipo de ameaça a mim e aos meus familiares;
- O próprio repórter reconhece a invasão no teor da matéria;
- Quanto a questão do cárcere privado, só pode ser piada se considerar encarcerado em uma loja com porta de vidro, em uma área de bastante movimento, durante o espaço de tempo de 13 (treze) minutos, na presença de um funcionario e um cliente
- Sou a favor da liberdade de imprensa, mas nenhum tipo de profissional está acima do bem ou do mal. O agredido neste caso fui eu e meus irmãos e reagi de forma indignada a esta invasão
- Tenho direito a minha privacidade e tranqüilidade e se o Novo Jornal quisesse alguma informação sobre minha pessoa, meus negócios ou minha propriedade, deveria em primeiro lugar me procurar e não invadir o imóvel onde resido.
- Assim deve funcionar o bom jornalismo, de forma democrática, ouvindo antes de tudo, as partes envolvidas e não procurando criar fatos para atender a linha sensacionalista imposta por sua editoria.
Atenciosamente,
Augusto Caldas Targino
E como o que seria uma reportagem virou caso de polícia, representantes do Sindicato de Jornalistas se reúne nesta quinta-feiracom o delegado Geral de Polícia do RN, Ronaldo Gomes.
Do Blog - O Blog é contra qualquer tipo de agressão. Seja ela de parte da imprensa ou de alguém envolvido em um assunto que mereça ser apurado.
Sou a favor que, em caso de discordância entre as partes, quem se sentir atingido procure a justiça.