07/02/2011
Thalita Moema, Marcelo Tas e Luciano Huck falam de twitter na IstoÉ/Dinheiro
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A tuiteira potiguar Thalita Moema, virou personagem de uma reportagem publicada na revista IstoÉ/Dinheiro.
O tema? Twitter, claro. Mais precisamente TVTwitter. Thalita, assim como os apresentadores Marcelo Tas, do CQC (Band) e Luciano Huck, do Caldeirão do Huck ((TV Globo), foi apontada como tuiteira que gosta de comentar sobre programas de televisão.
Eis a reportagem:
TV TWITTER
Comentar em tempo real no microblog os programas de televisão é um hábito comum a um número cada vez maior de telespectadores e demonstra que as redes sociais podem ser aliadas das emissoras
Por Bruno Galo
A estudante de administração Thalita Moema, 24 anos, não passa um dia sem postar mensagens no Twitter a respeito dos programas a que assiste na televisão. Moradora de Natal, no Rio Grande do Norte, ela está sempre munida de seu notebook ou BlackBerry para comentar em tempo real alguma notícia de telejornal, o novo capítulo da novela das nove ou uma receita culinária exibida no programa da Ana Maria Braga, na Rede Globo.
Nem mesmo os anúncios publicitários escapam de suas observações nessa comunidade online. “Ver algum programa sem ler os comentários das outras pessoas no Twitter é como perder metade da diversão”, afirma.
A interação entre as mídias sociais e a TV tem o poder de ampliar o alcance dos programas
O comportamento de Thalita ilustra bem uma tendência que ganha força dentro e fora do Brasil: as redes sociais – especialmente o Twitter – tornaram-se companhia inseparável para muitas pessoas na hora em que assistem a programas de todos os tipos.
Isso demonstra que, em vez de ser a vilã da história, a internet está indiretamente se transformando em uma aliada da tevê ao amplificar a repercussão de sua programação.
Para ter uma ideia do que isso representa, basta observar que, no Brasil, 60% dos internautas das classes A e B navegam na internet ao mesmo tempo que assistem à televisão, segundo o Ibope.
Nos EUA a proporção é ainda maior: a Nielsen aponta que 70% agem dessa maneira. O instituto americano também registra que, em média, os espectadores ficam três horas e 41 minutos assistindo à tevê e navegando na web simultaneamente nos EUA.
“A interação entre os usuários nas redes sociais torna a experiência de assistir à televisão muito mais atraente para o público”, disse à DINHEIRO Marie-José Montpetit, pesquisadora no Media Lab, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um dos principais polos de pesquisa em novas tecnologias. Esse fenômeno foi batizado por Marie-José de “TV Social”, numa referência à união da televisão com as redes sociais.
Marcelo Tas: o crescimento da web um dia vai interferir no faturamento publicitário das emissoras
O cenário descrito pela pesquisadora do MIT é um alento para a tevê, que tenta se adequar a uma nova realidade de comunicação na qual precisa disputar a atenção dos telespectadores com novos rivais – a internet, por exemplo.
A “TV Social” pode também dar uma ajudinha para reverter a tendência de queda na audiência registrada ao longo dos anos. Só na Grande São Paulo, mais de 80% dos televisores permaneciam ligados durante o horário nobre nas décadas de 1980 e 1990, de acordo com o Ibope. Esse índice caiu para 63% em 2005 e hoje oscila em torno de 55%.
O que ameniza o impacto da transformação silenciosa nos índices de audiência é que seus efeitos ainda não afetaram os cofres das redes de tevê. A receita publicitária cresce sem parar no Brasil.
Por aqui, a tevê recebe mais de 60% dos investimentos publicitários, enquanto a web é responsável por 4%. Na Inglaterra, por exemplo, a fatia da propaganda destinada à internet já supera a da tevê.
“As emissoras brasileiras devem ficar atentas, pois uma hora o dinheiro vai mudar de lugar no Brasil também”, diz Marcelo Tas, apresentador do programa CQC, da Band, e um dos principais tuiteiros do País – ele tem 1,2 milhão seguidores no microblog.
A expectativa de que um dia a distância entre o faturamento publicitário da tevê e o da internet diminua se deve ao fato de que o número de internautas no País aumenta aceleradamente. Hoje, são 68 milhões de pessoas com acesso à web.
Mas, se hoje a televisão lidera folgadamente a disputa por verbas publicitárias, a preocupação das empresas de mídia eletrônica é com o futuro de seus negócios no dia em que a tevê se fundir com a internet.
Quando esse tipo de convergência tecnológica for realidade, a grade de programação, um dos pilares do mercado de televisão atual, não fará muito sentido, pois o telespectador poderá escolher o que ver no momento em que desejar.
O curioso dessa história é que nas discussões sobre o futuro da tevê na era digital raras vezes se falou no benefício que a interação com as redes sociais poderia proporcionar à televisão.
“Devemos assumir que esse diálogo entre a televisão e as redes sociais é um comportamento normal hoje, e não uma exceção à regra”, diz o apresentador da Rede Globo Luciano Huck, segundo brasileiro mais popular do Twitter, com 2,67 milhões de seguidores.
O eco nas redes sociais é constatado por um levantamento feito pela i-Group, consultoria paulistana especializada em monitoramento. Segundo o estudo, o Big Brother Brasil, da Rede Globo, foi assunto de 54,9 mil mensagens no microblog entre 21 e 27 de janeiro.
Desse total, 65,2% delas foram enviadas durante a transmissão do programa. “Ações de merchandising em novelas ou reality shows têm impacto imediato nas redes sociais”, afirma Ricardo Almeida, CEO da i-Group.
Ecos no microblog
Big Brother Brasil: de 21 a 27 de janeiro, foram 54.859 mensagens sobre o programa da Rede Globo no microblog. Desse total, 65,2% dos tweets se concentraram durante as exibições da atração.
Insensato Coração (principal novela da Rede Globo): entre os dias 25 e 27 de janeiro, foram 12.646 tweets, dos quais 66,3% enviados durante a novela.
Luciano Huck: fazer comentários sobre programas de TV nas redes sociais é um comportamento normal hoje
Futebol (jogo Corinthians e Tolima, realizado no dia 26 de janeiro): nos dias 26 e 27 do mês passado, foram 15.161 ocorrências sobre a partida, com 52% delas publicadas no horário do jogo, que foi transmitido pela tevê.
A concentração aqui difere um pouco dos demais programas de televisão. Só até as 13h do dia seguinte, foram 5.451 menções relacionadas ao jogo. Isso significa que 35,9% das ocorrências aconteceram depois da partida, com comentários sobre a disputa entre os times. Outros 16,1% foram tweets feitos antes do jogo.