20/12/2011
Acareação não rende novidades sobre contrato com Novotel
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Mais um dia de depoimentos na CEI dos Contratos que investiga contratos firmados pela Prefeitura de Natal.
Na segunda-feira em que os 3 vereadores da Comissão decidiram voltar ao assunto do Novotel Ladeira do Sol, hotel alugado para abrigar as secretarias de Saúde e de Educação, a CEI teve momento-acareação.
Frente a frente, a ex-secretária de Saúde, Ana Tânia Sampaio, e o diretor da Impele, empresa que administra o Hotel Ducal, onde funcionava as duas secretarias, Ronaldo Luiz Lima de Souza.
Ao contrário do que se esperava - novidades efervescentes - a acareação não passou de uma repetição dos que os dois já haviam respondido quando convocados a depor, na semana passada.
Ana Tânia permaneceu dizendo que o Ducal só queria renovar o contrato mediante reajuste, e que a Secretaria de Saúde não aceitou, daí a chamada pública que teve como vencedor o Novotel...
E Ronaldo reafirmou que tanto tinha interesse, que aceitou renovar pelo período de 5 meses, mas que só não renovou porque o sucessor de Ana Tânia na Saúde, Thiago Trindade, arquivou o processo.
Ana Tania disse que não conhecia o dono do Novotel, confirmou que visitou o hotel, como visitou outros prédios. E que, mesmo “empolgadíssima” com o Novotel, preferiu não assinar o contrato diante da rejeição popular via imprensa.
“Diante dos comentários, resolvi abrir mão deste sonho e, por uma iniciativa pessoal, voltar a negociar com o Ducal para renovar contrato por mais cinco meses, o que foi devidamente assinado pelo senhor Luis Amorim (da Impele), mas que foi engavetado pelo secretário que me sucedeu”, declarou Ana Tânia.
Ronaldo lembrou que mesmo Ana Tânia tendo aberto processo para renovação com o Ducal, deu declarações afirmando que era impossível continuar no Ducal e que a SMS só permaneceria lá até fevereiro de 2010.
E a acareação continuou assim: repete daqui, repete dali...
E o tiroteio na sessão da CEI começou a se voltar contra a ex-secretária de Educação, à época adjunta da pasta, Adriana Trindade, que começou a ser apontada como responsável pela escolha do Novotel, mesmo antes da chamada pública.
“Por uma questão de justiça, tenho que dizer que Adriana insistiu na renovação com a Impele, só que Ronaldo, de forma irredutível, disse que só podia fazer a renovação com reajuste de valor. Presenciei esta conversa no gabinete de Adriana”, rebateu o ex-coordenador administrativo da Secretaria de Educação, Evaldo de Lima Rebouças, que também foi depor hoje e defendeu Adriana.
O ex-secretário de EEducação, Elias Nunes, justificou a decisão de não mais permanecer no Ducal.
“Os elevadores estavam sempre cheios ou com problemas. Nunca funcionavam bem. E isso nos fez querer um espaço melhor, horizontal, sem aquela dependência de elevador. Quando faltava energia era um problema”, disse o ex-secretário em seu depoimento.
Também ouvido hoje pela CEI, o procurado Geral do Município, Bruno Macedo, afirmou que a Procuradoria não tem que se pronunciar por não se tratar de matéria jurídica.
“A Procuradoria não emitiu nenhuma parecer acerca deste contrato. Quando tomei conhecimento dos detalhes, o contrato já estava celebrado. Houve o ajuizamento da ação de improbidade e a partir daí eu fui buscar elementos para defender a legalidade do contrato”, argumentou Macedo.
Presidente da CEI dos Contratos, a vereadora Júlia Arruda (PSB) afirmou que o objetivo da Comissão é "sanar as dúvidas" dos vereadores e da sociedade civil. “Estamos aqui ouvindo os depoentes e cumprindo o nosso papel que é dar transparência ao trabalho desenvolvido pela CEI,”, garantiu a presidente.
[caption id="attachment_34175" align="aligncenter" width="300" caption="Segunda-feira de mais depoimentos na CEI dos Contratos (Foto: Marcelo Barroso)"][/caption]
-Com informações da assessoria da vereadora Júlia Arruda