06/01/2013
Como previsto, começa processo de fritura do candidato a presidente da Câmara, Henrique Alves
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Como era previsível, e o Blog sempre registrou que isso ocorreria, começa o processo de fritura do deputado federal Henrique Alves, que disputa, sem concorrentes, a presidência da Câmara dos Deputados.
Depois de publicar que Henrique quer "desobedecer" o STF, a Folha mostra agora outros pontos negativos para o projeto do deputado do Rio Grande do Norte.
Eis as reportagens da Folha deste domingo:
GOVERNO SE PREOCUPA COM O FORTALECIMENTO DO PMDB
O PMDB se prepara para voltar ao comando do Congresso no mês que vem e preocupa setores do governo, que preveem negociações mais duras e risco de aprovação de leis que podem ser ameaça ao equilíbrio fiscal.
O partido já conta com o vice-presidente da República, Michel Temer, e deve pela sexta vez, desde a Constituição de 1988, ocupar por dois anos outros dois cargos na linha sucessória da presidente Dilma Rousseff: os comandos da Câmara e do Senado.
Tudo aponta para a eleição, no dia 4 de fevereiro, do deputado Henrique Eduardo Alves (RN) e do senador Renan Calheiros (AL), que não têm hoje adversários competitivos. Eles deverão suceder Marco Maia (PT-RS) e José Sarney (PMDB-AP).
Os cargos aumentarão o poder de barganha da sigla, que já tem a maior bancada no Senado e a segunda maior da Câmara. Se vitoriosos, os peemedebistas controlarão a pauta de votações das Casas, a criação de CPIs e ocasionais pedidos de impeachment da presidente da República.
O futuro chefe da Câmara terá ainda papel de peso para decidir pelo cumprimento da ordem do Supremo Tribunal Federal para a cassação dos mandatos dos deputados.
O debate sobre a palavra final dos mandatos -se cabe ao STF ou ao Legislativo- é motivo de divergentes interpretações. Para Alves, a atribuição é do Congresso.
A hipertrofia do PMDB inquieta o governo em especial devido aos desafios da economia -já que, em 2012, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou muito abaixo das expectativas.
Nas gavetas dos dois plenários, não faltam propostas que ampliam os gastos públicos e colocam em risco a retomada do crescimento.
Exemplos: aumentos salariais de servidores, flexibilização nas regras de aposentadoria e engessamento de gastos -caso da emenda 20, que amplia verbas da saúde.
No rol de preocupações do Planalto há ainda uma bandeira de Alves: a aprovação de propostas que obrigam o governo a liberar metade das emendas dos parlamentares.
O governo costuma congelar esses pagamentos para cumprir a meta de superavit primário, economia para para pagar os juros da dívida.
A ascensão da dupla deve requerer mais atenção de Dilma com o Congresso -hoje mais distante do governo do que na época de Lula. (ERICH DECAT, NATUZA NERY E CATIA SEABRA)
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Outra reportagem do mesmo jornal:
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DEPUTADO HÁ 42 ANOS TENTA PRESIDIR A CÂMARA COM IDEIAS POLÊMICAS
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
Aliado do governo petista de Dilma Rousseff. Companheiro do tucano Aécio Neves em viagem ao exterior. Apoiador do ascendente Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco. Amigo da bancada ruralista. O peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) desliza entre forças concorrentes no Congresso com um objetivo central: aos 64 anos, "Henriquinho", como é conhecido, quer ser presidente da Câmara, cargo pelo qual está em campanha há três anos.
A pretensão de presidir a Casa já estava expressa num slogan de 2010, quando se elegeu deputado pela 11ª vez: "Vote em um e leve três: deputado, presidente da Câmara e presidente da República em exercício".
Herdeiro político do clã iniciado pelo governador do Rio Grande do Norte Aluísio Alves (1921-2006) e deputado há 42 anos, sete deles à frente da liderança do PMDB, Henrique Alves fez acertos eleitorais às custas de seu próprio partido. Exemplo: em 2011, trabalhou informalmente em favor de Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, para o Tribunal de Contas da União (TCU). Só que o PMDB tinha candidato ao cargo. Em retribuição, Campos recusa-se a declarar apoio ao candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), que concorre contra Alves sem aval do presidente nacional da legenda.
[caption id="attachment_58593" align="aligncenter" width="300" caption="Favorito para comandar a Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, discurso no plenário"][/caption]
Parceiro do vice-presidente da República, Michel Temer, o favorito para comandar a Câmara carrega promessas de campanha capazes de tirar o sono de Dilma.
Uma delas é a defesa de equiparação automática do salário dos deputados ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente de R$ 20.059. O gatilho depende da aprovação de uma emenda no Congresso.
"A emenda está pronta. Não sei por que não foi aprovada. Esse não pode ser um tema clandestino. Tem que ter critério. Fica defensável", diz.
Sobre seu plano de instituir o pagamento obrigatório de "um percentual significativo das emendas individuais", afirma: "Todos os governos estabelecem essa humilhação que é o parlamentar ficar mendigando por um direito dele. De repente, se tornou um toma lá dá cá por uma postura inadequada".
Hoje porta-voz do discurso corporativista do Congresso, Henrique Alves nunca transitou pelo chamado "baixo clero" da Câmara.
O peemedebista não conseguiu extrapolar oa limites do Congresso, sendo derrotado nas três vezes em que se aventurou no Executivo.
Na escalada peoa presidência da Câmara, só não esconde a restrição a um desafio: o favorito para ser presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).
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Do Blog - Ao contrário do que diz a reportagem acima, foram apenas duas, e não três, as tentativas de Henrique de chegar ao Executivo.