01/05/2013
Lígia Torres sobre demissão do hospital: "Quando eu tomo uma decisão sou igual a meu pai, Manoel Torres; eu não volto atrás"
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Conversei agora pelo telefone com a médica Lígia Torres, ex-diretora do Hospital de São Paulo do Potengi.
E ela explicou todo o processo que começou com uma entrevista que deu à reportagem da TV Cabugi, dizendo que estava recebendo demanda de mulheres para parir de São José de Mipibu, e que "ainda" não havia sido informada oficialmente sobre a decisão da Secretaria de Saúde...e que culminou no pedido de exoneração.
Thaisa Galvão - Como foi sua reunião na Secretaria de Saúde?
Lígia Torres - Fui chamada para uma reunião de trabalho. Eu peguei minha pastinha, botei debaixo do braço e levei comigo minha enfermeira-chefe. Ficamos na ante-sala e quando o secretário chegou pedi para avisar que eu já estava ali. Eu pensava que ele queria discutir sobre demandas até porque eu não duvidei da capacidade de ninguém, não feri ninguém...
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Thaisa Galvão - Como foi a reunião?
Lígia Torres - Ele olhou pra mim e disse: 'minha conversa é rápida, preciso do seu cargo'. Eu nem abri a pasta e com muita serenidade disse que não tinha problema, mas só queria pedir para escolher onde ficar, porque não queria ficar no hospital que estava dirigindo e não iria mais dirigir. Ele disse que eu poderia escolher, mas pediu que não comentasse nada com ninguém até quinta-feira (amanhã). Ele disse que precisava do meu cargo para formar a equipe dele porque precisava de respostas.
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Thaisa Galvão - Você é da cota pessoal da governadora Rosalba Ciarlini. Ela ligou pra você..
Lígia Torres - Ligou.
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Thaisa Galvão - Pediu para você ficar?
Lígia Torres - Pediu.
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Thaisa Galvão - E você?
Lígia Torres - Thaisa...eu vou lhe dizer uma coisa...Minha decisão é irreversível. Tenho muito apreço pela governadora, agradeço demais pela confiança. Tenho pena de deixar o trabalho que eu estava fazendo, mas não dá pra continuar.
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Thaisa Galvão - o secretário Luiz Roberto também ligou pra você..
Lígia Torres - Ligou.
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Thaisa Galvão - Pediu pra você ficar?
Lígia Torres - Pediu.
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Thaisa Galvão - E você?
Lígia Torres - Ele ponderou muito, pediu pra eu pensar até amanhã. Mas quando eu tomo uma decisão sou igual a meu pai Manoel Torres, eu não volto atrás.
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Thaisa Galvão - Mais do que um problema administrativo isso é um problema político...
Lígia Torres - Meu pai era amigo de Dix-Sept Rosado. Os Torres de Caicó ajudaram a dar a vitória ao governador Dix-Sept Tosado.
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Thaisa Galvão - E o que você vai fazer agora?
Lígia Torres - Vou entrar de férias para pensar onde vou ficar. Eu sou especialista em Clínica Médica há 25 anos. Fui do Walfredo Gurgel durante 24 anos, fui diretora técnica do Hospital João Machado no governo Garibaldi, fui médica clínica do Hospital Ruy Pereira, e desde 28 de fevereiro de 2011, a convite da governadora Rosalba, assumi a direção do Hospital aqui de São Paulo do Potengi. Mas já limpei as gaveta e me despedi dos funcionários.
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Thaisa Galvão - Você tem recebido solidariedade?
Lígia Torres - Muita, de todos os lugares. Muitas mensagens. O ministro Garibaldi me mandou uma mensagem muito bonita. Recebi solidariedade dos deputados Walter Alves e Nelter Queiroz.