07/04/2014
Vice-presidente da Câmara se licencia para se defender de escândalos
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Da Folhapress: Suspeito de ligação com doleiro, André Vargas se licencia da Câmara BRASÍLIA - O vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), apresentou no início da tarde de hoje um pedido de licença não remunerada do cargo de deputado por 60 dias. Ele deixará de receber o salário de R$ 26.723,13 e outros benefícios. No pedido de licença, Vargas alega motivos particulares. Apesar da licença, Vargas não perderá o cargo de vice-presidente da Câmara. Na semana passada, a "Folha de S.Paulo" revelou que o petista trocou mensagens com o doleiro Alberto Youssef, preso no último dia 17 sob acusação de lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólar e financiamento ao tráfico de drogas. Nas conversas, os dois combinaram o empréstimo de um jatinho para o deputado viajar com a família e conversaram sobre a negociação de um laboratório com o Ministério da Saúde. No fim de semana, a revista "Veja" mostrou outras mensagens interceptadas pela Polícia Federal em que Vargas prometia ajudar o doleiro. "Acredite em mim. Você vai ver o quanto isso vai valer. Tua independência financeira e nossa também, é claro", dizia uma das mensagens enviadas por Youssef. * Representação A oposição na Câmara irá apresentar ainda hoje uma representação para que Vargas responda a um processo no Conselho de Ética. De acordo com o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), as novas denúncias tornaram a situação de Vargas insustentável. "Quando ele fez o pronunciamento, ele se explicou sobre viagens de avião. Agora surgiram fatos novos", disse. Na semana passada, Vargas chegou a subir à tribuna do Plenário para se explicar. Na ocasião, ele admitiu ter sido um "equívoco" a viagem que fez no jatinho. "Em relação ao avião, eu reconheço: fui imprudente. Foi um equívoco. Deveria ter exigido um contrato. Deveria ter quitado. E peço desculpas aqui por ter exposto a minha família. [...] Compareço aqui com serenidade, com o coração machucado, mas leve", disse o deputado na última quarta-feira. Mesmo estando ausente do mandato, o Conselho de Ética poderá aceitar a representação e abrir o procedimento de investigação. Se o conselho entender que Vargas cometeu atos ilegais, ele pode até perder o mandato. Nos bastidores, cogita-se que Vargas possa renunciar ao mandato antes do processo ser iniciado.