22/04/2014
Após 2 anos investigando, Comissão da Verdade conclui que presidente Juscelino não foi assassinado
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Do G1: Morte de Juscelino foi causada por acidente, diz Comissão da Verdade Após análise, colegiado concluiu que ex-presidente não foi assassinado. Comissão da Verdade de SP havia atribuído morte de JK à ditadura militar. Por Juliana Braga Do G1, em Brasília Após dois anos de investigações, a Comissão Nacional da Verdade afirmou nesta terça-feira (22) que, segundo sua apuração, a ditadura militar não teve participação na morte do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, ocorrida em 1976. Havia suspeitas de que JK tivesse sido vítima de um atentado preparado pela ditadura militar. O colegiado que investiga eventuais violações dos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1985 confirmou a versão oficial para a morte do ex-chefe do Executivo. De acordo com a comissão, o veículo que conduzia Juscelino pela Via Dutra, rodovia que liga São Pauloa Rio de Janeiro, colidiu com uma carreta, após ter sido atingido por um ônibus. O acidente, ressaltou o grupo, provocou a morte do ex-presidente. Os integrantes da Comissão da Verdade investigavam a morte de Juscelino desde 2012, quando a Seção de Minas Geraisda Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu para o colegiado apurar as suspeitas de que Juscelino havia sido assassinado. Indícios apontavam que a morte poderia não ter sido um homicídio. Exumado 20 anos após o ocorrido, o corpo do motorista de JK apresentava uma perfuração no crânio similar a de um tiro de arma de fogo. Para chegar à conclusão anunciada nesta terça, a comissão se baseou em pesquisas e depoimentos. Na versão oficial, o Opala no qual o ex-chefe do Executivo era passageiro foi atingido na Via Dutra por um ônibus e, na sequência, colidiu contra uma carreta, provocando a morte de JK e de seu motorista. Em dezembro de 2013, a Comissão da Verdade do estado de São Paulo concluiu que a morte de Juscelino havia sido provocada por um atentando planejado pelos militares. O motorista do ônibus que bateu contra o Opala, Josias de Oliveira, chegou a afirmar ao colegiado estadual que ofereceram para ele uma mala de dinheiro para que assumisse a culpa pelo acidente. À época, a comissão paulista disse que existiam 90 indícios, evidências, testemunhos, circunstâncias, contradições e questionamentos para concluir que a morte de Juscelino teria sido um assassinato. Durante o regime militar, Kubitschek se aliou ao presidente deposto João Goulart e ao ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda. Os três morreram em um espaço de menos de um ano, entre 1976 e 1977.