18/08/2014
Coordenador do programa de governo do PSB, Maurício Rands diz ao Blog que Marina está preparada e que "Eduardo fez bem a ela"
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Entrevistado pela Folha de S. Paulo, na edição de hoje, o ex-deputado Maurício Rands, coordenador de programa de governo da campanha do PSB - da campanha de Eduardo Campos - falou que Campos foi alvo da "ironia da história".
-Tínhamos convicção de que, com a campanha, ele ia se tornar mais conhecido e a pessoas iam ver que ele fez um bom governo. A ironia é que ele se tornou conhecido com a morte. Mas essa morte dele, essa fatalidade do destino, vai contribuir para despertar a crença dos brasileiros de que um outro caminho é possível.
Poucos mais de uma hora antes da reunião convocada pela mulher de Eduardo Campos, em Recife, marcada para às 10 horas, Rands, que foi do PT até perceber, no final do governo Lula, "sinais de esgotamento da capacidade de se renovar daquele projeto então liderado pelo partido", falou ao Blog sobre o processo de escolha de um vice para a presidenciável Marina Silva (PSB).
Maurício Rands - O vice deve caminhar para ser conhecido na quarta-feira, quando a executiva nacional anunciará a posição.
Thaisa Galvão - O Nordeste será representado na chapa? Sem um nome do Nordeste, a chapa não ficaria 'sem Eduardo'?
Maurício Rands - Na composição de uma chapa o critério não pode ser regional. Tem que ver a densidade do nome que vai complementar a cabeça da chapa. O PSB tem nomes para preencher quadros em quaisquer critérios. Claro que seria uma boa ideia a confirmação do legado de Eduardo Campos.
Thaisa Galvão - Seu nome estaria à disposição? Você estava muito próximo de Eduardo, mais próximo dos anseios dele em relação ao Brasil..
Maurício Rands - Quando resolvi retirar meu mandato, o fiz porque preferi atuar na retaguarda. Sou advogado, professor do curso de Direito da UFPE.
Thaisa Galvão - Mas o seu nome não está sendo discutido?
Maurício Rands - Tem pessoas que cogitam, pela experiência com 3 mandatos parlamentares, mas eu não estou articulando, não estou programando isso não.
Thaisa Galvão - Você não está articulando, mas se negaria a aceitar caso o partido definisse que você seria o nome que melhor representa o Nordeste, que melhor representa Eduardo Campos?
Maurício Rands - Eu prefiro não raciocinar por hipóteses.
Thaisa Galvão - Eu volto a bater na tecla do seu nome por ser você, além de muito próximo de Eduardo, o programa pronto de governo que seria apresentado pelo candidato
Maurício Rands - Pois é, o programa está pronto, falta só marcar a data para ser apresentado. Depois do anúncio teremos uma agenda a percorrer debatendo outros pontos do programa, como a reforma tributária.
Thaisa Galvão - E a reforma tributária era um dos focos de Eduardo, né? Fiz uma entrevista com ele na última vez que veio a Natal e ele disse que tinha um compromisso de ser "o primeiro presidente da República, desde a redemocratização pra cá, que não vai aumentar impostos. Que vai fazer a reforma tributária no primeiro ano de governo"
Maurício Rands - Pois é. É que nem tudo está no programa senão ficaria muito pesado.
Thaisa Galvão - E mulher de Eduardo, Renata Campos? Ela seria a vice?
Maurício Rands - Seria o melhor nome, mas é preciso respeitar o momento dela de mãe de cinco filhos. E lá atrás ela afirmou que prefere ficar na retaguarda. Todos gostariam que fosse Renata.
Thaisa Galvão - Na entrevista da Folha você falou na capacidade de Eduardo Campos de juntar forças. Marina tem?
Maurício Rands - Penso que sim. Ela sempre me passou essa imagem positiva. E ela vem se preparando desde a eleição passada em relação a um projeto para o país. Eduardo fez bem a Marina na questão de habilidade para articular e compor.
Thaisa Galvão - Você tem uma relação com o Rio Grande do Norte, morou em Natal...
Maurício Rands - Morei, estudei no Salesiano e na época meu pai era presidente da Caern. Foi no governo de Tarcísio Maia, pai do senador José Agripino.
Thaisa Galvão - Como é o nome do seu pai?
Maurício Rands - Raimundo Rands Barros.