Ponta Negra a ver navios

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O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, tem todo direito de se posicionar contrário ao projeto de alargamento da avenida Roberto Freire. Mas, bem que o prefeito poderia passar uma semana vivendo em Ponta Negra, como um natalense comum: saindo de casa e voltando nos horários comuns aos trabalhadores, e dirigindo o seu carro. Aí ele iria constatar que Ponta Negra não é um bairro fim. Mas um bairro meio. É uma passagem. Por Ponta Negra passam diariamente as milhares de pessoas que moram em bairros de Nova Parnamirim, que usam o trajeto Cidade Verde-Ponta Negra-Via Costeira para chegarem ao destino próximo do Centro, e as que hoje moram em praias próximas, do litoral Sul, como Cotovelo e Pirangi. Além de Pium, hoje, praticamente um bairro natalense. Vivendo uma semana em Ponta Negra como um trabalhador qualquer, o prefeito Carlos Eduardo iria constatar que a dificuldade de tráfego na avenida Roberto Freire agora não se resume aos chamados horários de rush, nem a um sentido só. Ele iria constatar que o ir e vir anda complicado. Talvez compreendesse que, a licença que a Prefeitura não concede para desafogar o trânsito, bate de frente com as licenças que foram concedidas, por exemplo, para instalação de 3 faculdades na Roberto Freire, de um estádio de futebol, de vários e vários restaurantes, hoteis e pousadas, de vários, vários e vários empreendimentos imobiliários... Se o prefeito Carlos Eduardo fizesse isso, talvez até permanecesse com sua posição contrária ao projeto que está em pauta. Mas, pelo menos poderia compreender que alguma coisa tem que ser feita. Pelo bem de quem mora em Ponta Negra, mas, paga imposto igual a quem mora em qualquer outra área de Natal.