05/09/2014
No território de Eduardo Campos, Dilma faz discurso agressivo contra eleitorado de Marina
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No Recife e ao lado de Lula, Dilma ataca ‘pessimistas’, ‘caras de pau’ e ‘vira-casacas’
Presidente disse em comício que o eleitorado tem que vencer a ‘mentira’ e a ‘desinformação’
Letícia Lins
RECIFE — Ao participar de comício no Recife, a presidente Dilma Rousseff criticou os "pessimistas", os “caras de pau” e os “vira-casacas”, estes últimos em alusão à sua principal adversária, Marina Silva (PSB). Ela conclamou o eleitorado a vencer a "mentira" e a "desinformação". Dilma criticou os pessimistas porque, segundo ela, eles desistem antes de começar. A presidente esteve no bairro de Brasília Teimosa, ao lado do ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, para prestigiar a campanha do candidato do PTB à sucessão estadual, Armando Monteiro Filho.
— Para fazer um programa de governo, tem que acreditar naquilo que se faz e tem que teimar. Tem que lutar todos os dias para que as coisas aconteçam. Você tem que acreditar, não vai desistir. Se não tiver convicção, compromisso, nem coragem, desiste antes de começar. Esse é o caso dos nossos pessimistas — alertou Dilma, porém, sem citar nomes. Ela afirmou ainda que o seu palanque é formado por pessoas coerentes:
— Essas são pessoas que não mudam de lado, que não viram a casaca, que não dizem uma coisa hoje e outra coisa amanhã — ironizou.
Ela voltou a tecer críticas à sua principal adversária em relação ao tratamento dado ao pré-sal. Dilma afirmou que quem não o trata como prioridade é contra a educação do país, e quer o fechamento de estaleiros que representam empregos no país.
Depois de pedir que todos votem em Dilma, Lula ressaltou:
— A presidente Dilma Rousseff não tem que achar, não tem acreditar, não tem que pensar. Tem que fazer, fazer, fazer — afirmou ele.
O ex-presidente disse que não há ninguém mais interessado no país em ver a economia crescer e domar a inflação do que "essa jovem aqui". Garantiu, ainda, que ela vai fazer os pobres subirem mais dois degraus na escala social, porque “o que vamos fazer no país apenas começou”. O ex-presidente esteve no Recife acompanhando a candidata à reeleição, e para prestigiar o Senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), que disputa o governo do estado com o apoio do PT.
— Farei o possível e o impossível, sem falar mal de ninguém, apenas fazendo justiça, falando bem daquela que merece, e que vai ser a futura presidente. Estou aqui para ajudar essa mulher a ser presidente por mais quatro anos, para fazer o país crescer mais, gerar mais emprego, mais salário, enquanto tem gente que quer acabar com o pré-sal — afirmou Lula, em mais uma indireta à candidata do PSB, Marina da Silva.
O comício foi realizado para mostrar o apoio a Dilma, mas o ex-presidente Lula terminou roubando a cena, saudado como "Lula, guerreiro, do povo brasileiro".
Os velhos slogans de campanhas passadas - “olê, olê, olá, Lulá, Lulá” - também foram entoados pelo público, que se comprimia na orla do bairro popular de Brasília Teimosa. As pessoas quase não deixavam o deputado federal João Paulo Lima e Silva (PT-PE), candidato ao Senado, falar. Só depois de festejar Lula, puxado pelo apresentador do comício, a multidão começou a gritar pelo nome da presidente.
João Paulo disse que o governo de Lula "revolucionou o Brasil e o estado". Ele, no entanto, não citou o nome do ex-governador Eduardo Campos (PSB), que morreu em acidente aéreo, mas reclamou da "apropriação indecente" das obras do governo federal no estado.
Coordenador da campanha de Dilma Rousseff em Pernambuco, o Senador Humberto Costa (PT-PE) prometeu que Pernambuco não faltará à presidente, porque o estado "não tem o defeito da ingratidão".
Ele fez um relato das obras trazidas para o estado por Lula e Dilma, e ironizou, referindo-se à principal adversária da petista:
— E Marina, trouxe o quê?
A militância respondia:
— Nada!
Dilma e Lula chegaram a Brasília Teimosa às 21h, e foram recebidos aos gritos de "Dilma e Lula", e "Dilma, coração valente". Animada, a presidente ergueu os braços. Ela chegou a ensaiar alguns passos de dança, caindo no ritmo dos jingles da campanha presidencial.
Armando Monteiro Neto disse que o seu partido, o PTB, e o PT possuem projeto único para o país.
— Nosso compromisso é garantir os avanços do Brasil. Não existe turma do PT e do PTB, mas compromisso solidário de construirmos juntos nossa vitória. Temos todos que nos darmos as mãos, para garantir a vitória que já se desenhava há muito tempo, afirmou o petebista, que encontra-se empatado com o candidato do PSB, Paulo Câmara.