10 de outubro de 2014 às 13:29
Arenga entre candidatos pode levar eleitor a aumentar os índices já astronômicos de "não votos" no Rio Grande do Norte
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Se os eleitores descomprometidos que votaram em Robério Paulino (PSOL) no primeiro turno acompanharam o debate da Band ontem à noite, certamente já se decidiram: vão optar pelo terceiro ou quarto colocados nas eleições do Rio Grande do Norte.
Ou não votarão (foram 16,83% as abstenções) ou votarão nulo (16,29%).
Lembrando que o candidato Henrique Alves obteve 47,34% dos votos válidos e Robinson Faria obteve 42,04%.
O índice de abstenções foi 16,83%, o de votos nulos 16,29%, o de votos para Robério, de 8,74% e os votos brancos somaram 7,05%.
Pois bem...
Sem muito a acrescentar no debate da Band, os candidatos arengaram e arengaram muito no estúdio.
Ao contrário do debate presidencial, o último da Globo, onde a repercussão nas redes sociais, e principalmente nas urnas, deu conta do ‘preparo’ do candidato Aécio Neves (PSDB), a repercussão nas redes potiguares deram conta do ping-pong caldo de xuxu no primeiro debate do segundo turno.
O candidato Robinson Faria voltou a falar no “arroto” de prestígio de Henrique.
O linguajar não foi curtido nas redes.
Já Henrique voltou a bater forte no projeto de segurança de Robinson, o ‘Ronda do Quarteirão’, mostrando que no Ceará ele não deu certo.
Henrique levantou um assunto novo em relação às arengas dos debates anteriores: quanto custa Robinson como vice-governador do Estado.
Disse que nos 4 anos, a despesa na Vice-Governadoria, somando salários e estrutura, soma 10 milhões de reais.
Robinson disse que Henrique tem preconceito com vice, mas vive ao lado de Michel Temer, o vice da presidente Dilma. Henrique respondeu, que ao contrário de Robinson, Temer soma na gestão do Brasil.
Sorteado para falar sobre o tema Corrupção, Robinson esmoreceu.
Poderia ter brigado mais, porém, foi comedido.
Mesmo tendo, em seus programas no primeiro turno, envolvido o nome de Henrique em vários escândalos, foi econômico na pergunta, e quis saber apenas se Henrique se sentia confortável em ser candidato a governador.
Poupou...quem?
E no meio da arenga, foi visível a preocupação de Robinson em poupar o amigo-vizinho (futuro aliado?) Carlos Eduardo.
Mesmo sem mostrar força política, já que não elegeu seu deputado federal Sávio Hackradt (PDT) e em Natal, conferiu ao pai deputado Agnelo Alves (PDT), míseros 9 mil votos, Carlos Eduardo aparece como queridinho para os próximos capítulos eleitorais, tanto por Henrique quanto por Robinson.
E nos capítulos do bate-rebate sem projetos, Robinson Faria disse que Henrique não frequenta Natal. Henrique disse que a salina da família de Robinson em Galinhos praticou o maior crime ecológico do Estado. Robinson disse que ganhou nas urnas por ter passado para o segundo turno. Henrique disse que Robinson não sabe fazer conta pois a maioria foi dele, por 80 mil votos. Robinson falou que Henrique derrotou seus parceiros e cita Sandra e Larissa Rosado, Fafá Rosado, Wilma de Faria. Henrique criticou Robinson por chamar eleitorado de ‘curral eleitoral.
Robinson disse que os ex-governadores que apoiam Henrique não fizeram nada para enfrentar a seca no RN. Henrique lembra do governador Garibaldi Filho e os mais de mil quilômetros de adutoras.
E por aí foi...
E o eleitor consciente e descomprometido, não achou a menor graça.
Sentiu falta de Robério no segundo turno.
E o resultado do primeiro turno no Rio Grande do Norte, que somou entre abstenções, nulos e brancos, 843 mil e 212 ‘Não votos’, o equivalente ao desinteresse de 40,17% do eleitorado, pode ser ainda pior.
Esses índices poderão crescer com a onda “tô nem aí”.