25/12/2014
Rosalba diz que sua gestão deixa mais de 5 bilhões assegurados junto ao governo federal para o governo de Robinson
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Nessa que foi, certamente, uma das últimas entrevistas como governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini foi econômica ao avaliar a derrota de quem trabalhou para lhe derrotar fora das urnas. “Falta de voto”, foi a definição.
Num momento político-administrativo da conversa, reafirmou que votou em Robinson faria para o Governo e Fátima Bezerra para o Senado, mas que não fez campanha.
Justificou o planejamento feito para sua possível segunda gestão, como um presente que gostaria de ter ganhado, e que vai repassar para seu sucessor, que terá pela frente, garantidos, pelo atual gestão, a liberação, pelo governo federal, de mais de 5 bilhões de reais.
Thaisa Galvão – O núcleo constituído para tirar Rosalba Ciarlini de cena nas eleições de 2014, foi derrotado. A que a senhora atribui isso?
Rosalba Ciarlini – Falta de voto.
Thaisa Galvão – A senhora entendeu as eleições deste ano como um recado?
Rosalba Ciarlini – Na realidade eu acho que toda eleição deixa muitas lições. Acho que a gente aprende, e aprende muito mais nos momentos difíceis.
Thaisa Galvão – A senhora apoiou a eleição do governador eleito Robinson Faria por debaixo do pano, como se diz?
Rosalba Ciarlini – Eu fiquei ausente da campanha. No primeiro turno eu só tive dois candidatos, e desde a primeira hora foi o deputado Betinho Segundo, para deputado federal, que foi uma eleição curtíssima, um nome novo, e disse, mas não fiz campanha, nem fui para palanque, que votaria para o Senado em Fátima Bezerra. Como fiz. Para o governo, no primeiro turno, fiquei calada. Essa foi a minha posição. No segundo turno, no final do segundo turno, seguindo o sentimento do Oeste, da minha região, de muita indignação com relação à posição da minha exclusão, então essas pessoas me levaram a, como eleitora, tomar essa posição. Mas não participei da campanha, simplesmente fiz a opção.
Thaisa Galvão – Pelos nomes anunciados até agora para o secretariado, o que a senhora espera do Governo Robinson Faria?
Rosalba Ciarlini – Nós estamos deixando o Estado bem melhor do que recebemos. Isso é inegável. E provamos. Dificuldades do dia-a-dia existem, porque, inclusive, a receita do Estado, embora tenha crescido, e aqui eu quero parabenizar a equipe da Tributação, do secretário a todos os funcionários – somos pioneiros no fim dos famigerados postos fiscais... Mas, apesar desse esforço, em função das crises nacionais, da retirada de componentes que somavam para o FPE, e da seca, porque seca, por mais que você faça, em nível de Estado, nunca é satisfatório. Porque nada substitui a bênção das chuvas. Então há uma retração da economia e isso provocou um crescimento aquém dos que planejávamos no Orçamento.
Thaisa Galvão – Robinson vai encontrar uma casa mais arrumada?
Rosalba Ciarlini – Bem mais, porque hoje tem um planejamento, um Plano Estadual de Saúde, um Plano Estadual de Educação, um Plano Estadual de Cultura, um Plano Estadual de Habitação, tudo isso foi feito durante esse governo. E muitos até já se transformaram em Lei. Temos aí já aprovado um Plano Estadual de Turismo, tudo que não existia
Thaisa Galvão – E o Estado adimplente...
Rosalba Ciarlini – Pra você ter uma ideia, contratados, com recursos assegurados, nós temos já pra mais de 5 bilhões e meio.
Thaisa Galvão – O governo Robinson vai usufruir desses recursos que a senhora conseguiu, mas que não conseguiu utilizar...
Rosalba Ciarlini – Só no Saneamento temos 1 bilhão e 400 mil; para uma nova adutora em Natal, 180 milhões; para o RN Sustentável, 540 milhões de dólares, o que dá em torno de 1 bilhão e meio; nós temos o empréstimo agora aprovado, só para obras de infraestrutura, com o fundo de apoio aos municípios, de 850 milhões; do Proinvest, aprovado em 2012, ainda temos em torno de 100 milhões; a barragem de Oiticica em torno de 300 milhões; a obra da Roberto Freire, também já com recursos contratados, já licitados, mais de 200 milhões; o Pró-Transporte que está aí andando, com alguns trechos já sendo utilizados, embora ainda não concluídos, ainda terá algo em torno de 100 milhões a serem utilizados; as escolas técnicas, com 10 em construção e duas entregues, também em torno de 100 milhões...Tudo isso dá em torno de 5 bilhões e meio, coisa que eu não tive.
Thaisa Galvão – Tudo isso planejado?
Rosalba Ciarlini – Planejado, contratado e andando. Também assinamos ordem de serviço para ampliação do auditório do Centro de Convenções, mais 30 milhões...
Thaisa Galvão – Pode-se dizer que o Governo Rosalba está dando ao Governo Robinson o presente que gostaria de ganhar?
Rosalba Ciarlini – Com certeza. Eu gostaria de estar assumindo, porque agora é hora de, realmente, tudo o que planejamos, que lutamos, sonhos que o Estado persegue há muito tempo, está acontecendo agora. Como os novos distritos industriais, estamos deixando o Estado com 20 novas indústrias, fora o que está chegando.
Thaisa Galvão – Indústrias de quais setores?
Rosalba Ciarlini – O Rio Grande do Norte não sabe que nós temos uma fábrica de torres de energia eólica em Areia Branca; que temos uma fábrica de beneficiamento de mármore e granito na Chapada do Apodi; que lá no Seridó temos hoje o começo de um pólo de beneficiamento de calcário, com duas indústrias de porte gerando mais de mil empregos, que são a Prime e a Casa Grande; temos uma fábrica de cimento e outra já garantida, e que hoje produz cimento que chega a ser transportado em 700 carretas, tanto que fizemos o contorno de Baraúna para dar suporte a essa demanda; está se implantando uma indústria de cal para siderúrgica; no novo distrito de Goianinha temos sendo implantada a maior fábrica de cerâmica do Brasil, a Elizabeth, já visitei a obra em andamento; a Becker Cosméticos, outra fábrica da DVN Vidros, uma fábrica de beneficiamento de jeans, o call center em Mossoró com quase 3 mil empregos, e o Pró-Sertão, que é uma ação do nosso governo que começou com o projeto Mão Amiga. Num entendimento com a Riachuelo surgiu o Pró-Sertão.