Macau: Prefeitura vai investir até 3,5 milhões no carnaval e município deverá movimentar mais de 50 milhões

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O prefeito Kerginaldo Pinto apresentou, nesta quarta-feira, na churrascaria Sal e Brasa, em Natal, a programação do carnaval de Macau.

Tradicionalmente conhecido como o maior do Rio Grande do Norte, e totalmente gratuito ao público, o carnaval passou por alterações que terminaram em economia.

Tudo, como disse o prefeito, em comum acordo com o Ministério Público.

Na festa onde a Prefeitura deverá gastar até 3 milhões e meio de reais, entre recursos próprios e patrocínios da iniciativa privada, estima-se que circule, no município, nos 4 dias de folia, mais de 50 milhões de reais.

O carnaval 2015 terá como tema, “Mais que paixão, é tradição”.

Para a festa de apresentação, algumas atrações locais fizeram uma pequena amostra do que será o evento.

O deputado estadual Gustavo Fernandes participou da apresentação, prestigiando o prefeito aliado.

O prefeito Kerginaldo Pinto falou ao Blog sobre o entendimento com o Ministério Público para não tirar de Macau o título de maior carnaval gratuito do Estado.

Fotos Canindé Soares

 

Thaisa Galvão – Prefeito, o carnaval de Macau enfrenta algumas implicações do Ministério Público, como é que estão os entendimentos com a Prefeitura?

Kerginaldo Pinto – Nós tivemos três audiências com o Ministério Público. Macau não está no estado de emergência, então não está recomendado a não fazer carnaval. Por ter suas particularidades, de ser uma terra salineira, com apenas 5% de área na zona rural, e a chuva que faz muita falta, se for muita chuva acaba atrapalhando a questão da produção de sal, por isso Macau está fora do estado de emergência. E antes do lançamento, primeiro quem recebeu a programação do carnaval foi o Ministério Público, nós entregamos a planilha de custos de todo o carnaval, com preços de bandas e de infraestrutura, acordamos com o Ministério Público a contratação de atrações regionais, e atrações nacionais, por exemplo, não ultrapassar o valor de 20 mil reais para atrações regionais, tem um valor maior somente para as atrações nacionais, isso de acordo com o Ministério Público. Eu procurei reduzir o carnaval, em relação ao do ano passado, o desse ano tem uma economia que ultrapassa o valor de 1 milhão de reais. Nós tiramos muitas prévias, carnaval que acontecia com 3 trios elétricos, nós diminuímos um trio, e isso não significa só um trio, significa 4 bandas. Nós tiramos o carnaval da praia e colocamos lá só paredões, então lá já economizou um palco, estrutura de som e 8 bandas que tocavam na praia. As caravanas que aconteciam 15 dias antes, com 3 trios elétricos, cortamos também, e focamos no tradicional, que é o mela-mela e as festividades que acontecem à noite. Recebemos uma recomendação do Ministério Público quanto a bandas que foram investigadas na administração anterior...

Thaisa Galvão – Você se refere à banda Grafith? Foi noticiado que abanda estaria fora do carnaval de Macau, mas ela está sendo anunciada.

Kerginaldo Pinto – Não só Grafith, mas a recomendação foi expedida também para Cavaleiros do Forró, Deixe de Brincadeira e Forró da Pegação.

Thaisa Galvão – Das 4, quais vão participar?

Kerginaldo Pinto – Grafith irá tocar em Macau, mas num acordo que nós fizemos com o Ministério Público, não será pago cachê com recursos públicos, será da iniciativa privada.

Thaisa Galvão – Você conseguiu patrocínio?

Kerginaldo Pinto – Eu consegui e ainda estou na luta conseguindo patrocínios, fechando a cada dia um novo parceiro, e nós asseguramos o Grafith em duas atrações. Em dois dias vai tocar no mela-mela, o domingo e a terça, mas não será pago com recursos públicos para não desobedecer a recomendação do Ministério Público, será com recursos privados.

Thaisa Galvão – Essas alterações não vão mudar o ritmo do carnaval? Ou Macau vai continuar apresentando o que vocês chamam de maior carnaval do Rio Grande do Norte?

Kerginaldo Pinto – Eu acredito que sim porque, essa é a leitura que nos fizemos: o carnaval de Macau começava 15 dias antes, mas o turista, na verdade, ele chega na sexta-feira do carnaval, então eu tentei economizar nas prévias que existiam e foquei no evento. Então a estrutura continua a mesma, nós estamos colocando dois trios com duas bandas e no lugar do terceiro trio eu estou substituindo por paredões, o palco terá seu formato normal de camarotes, tudo acontecerá normal. Aonde foi que a gente diminuiu? Onde tinhas duas atrações nacionais por noite, só vai passar uma atração nacional, a outra vai ser local ou regional, isso a gente teve uma grande economia. A escolha da Rainha que aconteceria agora, 15 dias antes, tiramos e vamos escolher a Rainha faltando 8 dias para o carnaval, e onde aconteciam as caravanas das praias, nós retiramos, com o intuito de economizar e não prejudicar o carnaval. Porque cancelar o carnaval de Macau é o mesmo que você tirar a festa de Santana de Caicó, é você tirar o São João de Assu, é acabar o São João de Mossoró, é o carnaval de Salvador, então, é a festa da cidade.

Thaisa Galvão – Macau espera receber quantas pessoas?

Kerginaldo Pinto – Durante os 4 dias, entre os bate-volta, das pessoas que vão a Macau e retornam à noite, a nossa estimativa é receber mais de 200 mil foliões durante os 4 dias de carnaval. Mas acredito que teremos um público fixo em torno de 150 mil pessoas.

Thaisa Galvão – E quanto o Município espera arrecadar durante a festa?

Kerginaldo Pinto – Só de casas alugadas em Macau hoje, nossa estimativa é que a cidade arrecade em torno de 4 milhões e meio de reais. Isso fora pousadas, alimentação... Na última pesquisa que nós fizemos, no carnaval do ano passado, quem passou os 4 dias em Macau, gastou em média 347 reais, então eu estimo que em Macau circule em torno de mais de 50 milhões de reais durante os 4 dias de carnaval. E a Prefeitura está investindo em torno de 3 a 3 milhões e meio, e a arrecadação, espero que seja 10 ou 15 vezes mais do que o valor que está sendo investido.

Thaisa Galvão – E a Prefeitura que investe no carnaval, está com as contas em dia?

Kerginaldo Pinto – Nós nos preocupamos com a questão da Saúde. Nós teremos uma estrutura no hospital, que é municipalizados, de 3 médicos em plantões de 24 horas, sempre com uma equipe de 3 médicos; uma estrutura 7 ambulâncias mais duas Samu, teremos também 6 enfermeiros de plantão, as farmácias todas abastecidas. E isso nós estamos com o funcionalismo público em dia, estamos antecipando já o pagamento para amanhã (quinta-feira) a partir de 10 horas já estará disponível o pagamento de todos os servidores, e os professores estão recebendo um terço de férias, e já estão recebendo no mês de janeiro, o aumento, que nós não demos o aumento de 13,1%, demos de 15,1%, 2% a mais de que o aumento do governo federal. Então nós estamos conseguindo fazer o carnaval, investir na cidade e honrar também os nossos compromissos, principalmente na área de educação e da saúde que são áreas tão criticadas. Mas por que Macau faz carnaval? Se fosse com dinheiro de FPM e ICMS a gente não faria, nós fazemos porque temos receitas de royalties, temos receitas próprias, do sal, que permitem que a gente faça o carnaval. Se fosse comparado com outras cidades que sobrevivem de FPM e ICMS, Macau também não teria a mínima condição de realizar o carnaval.