30/01/2015
O discurso que surgiu entre a discrição e a vontade de ganhar a eleição
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Discreta, a atual secretária de Assistência Social do Estado despertou uma vocação durante a campanha do marido eleito governador: o discurso.
A necessidade de levar a imagem do marido candidato cada vez mais longe, fez Julianne Faria falar bem mais do que de costume.
Nos palanques ou reuniões, o microfone sempre parava nas suas mãos.
Um desafio que ela terminou a campanha tirando de letra.

Thaisa Galvão – Em outras campanhas você sempre atuou muito nos bastidores, mas nessa chamou atenção pela desenvoltura. Você já era assim ou despertou agora?
Julianne Faria – Despertou na campanha, apesar de eu sempre gostar mais do contato com o povo do que mesmo ir a eventos sociais. O contato com a população para mim é mais fácil. Eu já gostava e entrei na campanha para ficar mais na linha de frente, para estar onde ele não pudesse estar, até porque nós não contávamos com a quantidade de políticos que o nosso adversário tinha. Então nós tivemos que nos tornar esses políticos e levar a mensagem de Robinson para o povo. Isso pra mim não foi uma coisa difícil de fazer, eu tive que vencer só alguns obstáculos, como falar em público. Mas aí, com o tempo eu fui aprendendo, a necessidade foi me ensinando (risos)...
Thaisa Galvão – Pois é, porque você de repente começou a fazer discurso, e quem lhe conhece sabe que você é uma pessoa discreta e até calada. Como foi isso?
Julianne Faria – Foi a necessidade mesmo, Thaisa. Eu tinha que fazer, a gente fazia as caminhadas, eu caminhei muito ao lado do PT, de Lucena (vereador Fernando Lucena), de Mineiro (deputado Fernando Mineiro), e Lucena me entregava o microfone e dizia ‘você vai ter que falar’, e eu tinha que terminar falando (risos)...eu digo que meu professor foi Lucena.
Thaisa Galvão – Qual foi o seu papel específico na campanha? Você coordenava, como era?
Julianne Faria – Eu fiquei responsável por Natal. Minha área era Natal para que Robinson ficasse mais livre no interior, então eu fazia as caminhadas nos bairros, conversava com a população, e à noite eu fazia as reuniões. A gente tinha cerca de 20 reuniões por noite dentro de Natal, nós montamos a Equipe 55, que eram jovens, a maior parte universitários, que eu fiquei à frente dessa equipe, e nós nos dividíamos nessas reuniões. Só que mais para o final da campanha eu tive também que fazer o trabalho que eu fazia antes, nas outras eleições de Robinson, que era trabalhar nos bastidores, para resolver alguns entraves que apareceram no meio do caminho, até por falta de recursos nossos, a gente poder conduzir para que as coisas dessem certo.
Thaisa Galvão – E Natal deu uma resposta positiva. Isso pra você foi uma vitória extra, além da vitória do governador, foi uma vitória de Julianne?
Julianne Faria – Foi um grande desafio e eu batalhei muito junto com o pessoal que trabalhou conosco, João Bastos, todos os coordenadores que trabalharam em Natal, o nosso objetivo era ganhar a eleição em Natal, e eu não me conformei com o primeiro turno. Eu achei que o nosso dia da eleição não funcionou, que a gente poderia ter diminuído a diferença que ficou comprovado no segundo, e a gente intensificou o trabalho para ganhar a eleição em Natal. Então assim, era um desafio, e eu só comemorei a vitória quando a gente ganhou a eleição em Natal.
Thaisa Galvão – Você criou um grupo familiar. Mulher, filhas, parentes, isso foi importante na hora de abordar os eleitores? O fator família ajuda?
Julianne Faria – Com certeza, porque as pessoas pararam para olhar pra Robinson, que era um pouco desconhecido dentro de Natal. Então através das mídias sociais que nós usamos, das caminhadas, a gente conseguiu mostrar como era o pensamento de Robinson, quem era Robinson, como era a família de Robinson, que nós estávamos todos engajados nessa batalha para que a gente realmente pudesse fazer uma mudança no Estado, e eu acho que a população absorveu isso. Principalmente a juventude.
Thaisa Galvão – Você criava estratégias de campanha ou alguém lhe ajudava nisso?
Julianne Faria – Não, eu nunca tive ajudantes não. Eu sempre tracei o que aprendei, às vezes conversava um pouco com João Maria (marqueteiro), com o pessoal da campanha e assim a gente ia difundindo. Até a minha mídia mesmo sempre fui eu quem fiz, ninguém nunca fez pra mim não.
Thaisa Galvão – Você era a sua assessora de imprensa?
Julianne Faria – Era...eu era a minha assessora de imprensa.