2 de fevereiro de 2015 às 3:42
Getúlio Rêgo diz que o governador Robinson Faria tinha um compromisso com o deputado Ricardo Motta
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O deputado Getúlio Rêgo (DEM) declarou ao Blog, logo depois da sessão de posse na Assembleia Legislativa, comentando a decisão do presidente Ricardo Motta, de transferir para esta segunda-feira a votação para escolha da mesa diretora, que Motta teria até o dia 5 de fevereiro para convocar quantas reuniões preparatórias fosse necessárias para que os deputados votassem nos cargos da mesa.
“Se amanhã não houver registro de chapa, não houver consenso político, ele tem a prerrogativa constitucional de convocar outras reuniões. É no plural. O mandamento constitucional determina que o presidente convocará sessões, é no plural, preparatórias para escolha da mesa diretora”.
Porém, o entendimento de juristas diz, diferentemente do entendimento do deputado, que, pela Constituição, o ano legislativo começa nesta segunda-feira, por isso a eleição não pode ser adiada mais uma vez.
“Eu vou votar na sessão de amanhã como votaria hoje, se for no dia 4 eu voto do mesmo jeito, eu vou dar meu voto. Se houver a candidatura de Ricardo, mas se não houver...o que tem que botar na cabeça é que nós somos membros de um poder político, e o poder político é um poder de negociação. O que é que eu defendo? Eu nunca quis ser candidato a nada, sempre sou um colaborador. Eu sou amigo tanto de Ricardo quanto de Ezequiel, agora, o que eu acho melhor para o Poder Legislativo é a harmonia, é o entendimento, é o consenso. Porque essa casa não pode servir de palco para conflagração política. Nós temos que ter a maturidade suficiente de entender que a trincheira político partidária é no momento do debate eleitoral. Nós estamos num debate para eleição dos membros da mesa diretora da casa que é um poder plural, e como tal, tem que se buscar todos os mecanismos de compor uma mesa que seja consentânea com a harmonia do poder.
Thaisa Galvão – O senhor acredita em mudança?
Getúlio Rêgo – Mudança? É como diz o grande político Mineiro. O sábio político Mineiro. Política é como uma nuvem, você olha pra cá, ela tá de um jeito, você se vira, quando retorna ela já mudou de canto.
Thaisa Galvão – O senhor falou em ‘se Ricardo for candidato’. Ele pode não ser?
Getúlio Rêgo – Eu acho. Ricardo poderá não ser candidato. Eu já tive aqui, eu comecei hoje o nono mandato, naquela porta de entrada do plenário, nós tínhamos uma eleição por consenso, Paulo de Tarso Fernandes, presidente da Assembleia quando o governador Geraldo Melo assumiu o Governo. Consentânea, sem nenhum problema, ao ingressar no plenário, Paulo me chama e diz, olhe, o governador Geraldo Melo não concorda com Zé Adécio para Primeira Secretaria. Eu disse, Paulo, nosso entendimento está suspenso. Saímos da sala do plenário, articulamos aqui e lançamos a candidatura de Vivaldo Costa que derrotou Paulo.
Thaisa Galvão – O senhor acha que isso pode se repetir?
Getúlio Rêgo – Não, eu não acho porque nós não estamos nesse clima de disputa acirrada. Eu não sei se o governador Robinson tomou parte disso. O que eu sei dizer, muito claramente, é que aqui na Assembleia houve um compromisso que não está sendo cumprido. Compromisso que foi colocado para discussão na Assembleia pelo deputado líder do governo, José Dias.
Thaisa Galvão – Que compromisso foi esse?
Getúlio Rêgo – Compromisso foi que, fazendo a aprovação do empréstimo de 850 milhões, e da abertura do Fundo Previdenciário, o governador apoiaria a candidatura de Ricardo Motta a presidente da Assembleia. A coisa veio nesse nível, é só perguntar ao deputado José Dias que ele vai confirmar o que tô lhe dizendo.
Thaisa Galvão – O deputado José Dias rompeu com o governador?
Getúlio Rêgo – Não, eu não sei, só sei que ele não está satisfeito com o desfecho das coisas.