07/05/2015
Rapaz que confessou ter matado Máximo queria se suicidar e escreveu carta que deixaria para o pai
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Bastou menos de uma semana para que o crime que chocou o Rio Grande do Norte, fosse elucidado.
Responsável pelas investigações, o titular da Delegacia de Homicídios do RN, Fábio Rogério prendeu, nesta quarta-feira, o rapaz que entrou no carro do estudante Máximo Augusto e o acompanhou, na madrugada de sexta-feira, quando o estudante saía da boate Vogue, em Natal.
O Blog, que postou, com exclusividade, a notícia da prisão dos encolvidos, depois de mais uma conversa com o delegado, publica mais informações sobre o caso, e em primeira-mão.
Rapaz queria se matar
O suspeito de matar o estudante Máximo Augusto, que confessou o crime ao delegado Fábio Rogério, disse estar arrependido do que fez e estava pensando em suicídio.
Foi o que disse so Blog o delegado de Homicícios, que elucidou o caso antes da missa de sétimo dia de morte da vítima.
O delegado, inclusive, está de posse de uma carta escrita por Jean, endereçada ao seu pai. A carta, onde ele fala em suicídio, seria deixada caso ele resolvesse se matar.
"A letra é muito ruim e a carta será encaminhada ao Itep", disse o delegado, que interrogou um amigo de Jean.
"O amigo dele confessou que ele queria se matar", afirmou Fábio Rogério.
Ao delegado de Homicídios, Fábio Rogério, o rapaz que confessou ter matado Máximo Augusto, disse ser lutador de jiu-jitsu e vale-tudo.
A reação veio da parte de lutadores, afirmando que "o verdadeiro lutador não usa sua arte para agredir, e sim para evoluir e entender melhor as mazelas dessa sociedade imunda e mesquinha", justificando que ele não é um atleta.
"Ele é forte e alto, tem quase 2 metros de altura", disse o delegado.
Loiro disfarçado
Jean Rocha não é loiro.
No seu perfil no facebook não existe foto com cabelos loiros.
O rapaz pintou os cabelos após sentir a enorme repercussão em torno do crime, para não ser reconhecido.
Mas o disfarce não o livrou ds prisão.

Vídeo no motel
Em entrevista na 2ª feira, o delegado Fábio Rogério falou que, no vídeo registrado pelas câmeras do motel Lacoste, onde Jean disse ter matado Máximo, havia a imagem de Jean.
Mas, segundo esclareceu o delegado, a imagem específica registrou a entrada do carro no motel e mostrou Máximo pegando a chave do quarto na entrada do estabelecimento.
"Na saída não dava para ver nada pois os vidros do carro eram escuros", disse o delegado, afirmando que Jean confessou que saiu dirigindo pois o estudante já "estava apagado".
O capacete e a moto
O fato do acompanhante do estudante Máximo Augusto, ao sair da boate na madrugada de sexta-feira, estar com um capacete ma mão, não concluiu que ele estava de moto e teria deixado com um comparsa.
Segundo o delegado Fábio Rogério, Jean havia passado boa parte da noite em um "puteiro", como ele definiu, próximo à boate, e foi para o local acompanhado de um amigo que estava de moto.
Como o amigo foi embora e ele ficou, estava próximo à boate com o capacete na mão.
Crime
Ao delegado de Homicídios, o rapaz que confessou ter matado o estudante de Administração, disse que matou depois de se desentender com o 'cliente' sobre sua atuação sexual.
Ao rapaz, ficou combinado que o estudante pagaria 70 reais pelo programa.
O desentendimento fez Jean Rocha matar Máximo Augusto, sufocado por um lençol.
Do motel, Rocha saiu dirigindo o carro até chegar a um terreno no município de São Gonçalo, mas bem próximo a Macaíba.
Lá ele jogou o corpo.
Cúmplices
Na manhã da sexta-feira, abalado com o crime que havia praticado, Jean Rocha tentou se livrar das provas e entregou o carro para ser
comercializado, a Erick Jonathas, que está preso, e a outra pessoa, de nome Rafael, que já está no encalço da polícia.
Erick, que já havia trabalhado na oficina Peterlon Refrigeração, na Prudente de Morais, levou o carro para lá. Do carro foram retirados o ar-condicionado, o som e a direção, que foram vendidos por R$ 1.800.
Aos dois comparsas os compradores das peças pagaram R$ 1.300 e ficaram de pagar, na sequência, os R$ 500 restantes.
Com o aparecimento do corpo no domingo, e a repercussão cada vez maior do caso, os dois envolvidos no crime decidiram se livrar do carro e deixaram na rua de Candelária onde foi encontrado.
Como a polícia encontrou
Segundo o delegado Fábio Rogério, titular da Delegacia de Homicídios do RN, a polícia chegou à comercialização das peças do carro e aos responsáveis pelo negócio.
"Desde a segunda-feira já sabíamos quem eram, só não sabíamos como achá-los, por isso demorou mais", justificou o policial.
Nesta quarta-feira, porém, a polícia chegou a Erick Jonatha, que entregou o resonsável pela morte do estudante Máximo.
De acordo com o delegado, o dono da oficina não será envolvido no crime por uma falha da delegacia de plantão onde a denúncia do sumiço do estudante Máximo Augusto não foi registrada, portanto, no cadastro da polícia não constava o Palio do estudante como um carro roubado.
Caso o carro estivesse registrado como roubado, os responsáveis pela oficina teriam sido autuados como receptadores.
Matador reconhecido
Durante o interrogatório de Jean Rocha, que confessou ter matado Máximo, o delegado Fábio Rogério mandou buscar o segurança da boate Vogue, que viu o estudante abordar o 'desconhecido' e sair com ele na madrugada de sexta-feira.
O segurança reconheceu ser ele o rapaz que saiu de carro com o estudante.
Próximos passos
O delegado Fábio Rogério disse ao Blog nesta quarta-feira que, mesmo tendo elucidado o crime, o carro do estudante Máximo Augusto passará por perícia. Uma forma de checar o que disse o confesso responsável pela morte.
As peças vendidas já foram recuperadas e a polícia tenta agora localizar a carteira do estudante morto.
"Jean disse que deixou no carro".
O celular da vítima, um iPhone, também não havia sido encontrada.
Coincidência
O estudante Máximo Augusto estudava o quarto período do curso de Administração da UnP.
No perfil de sua conta no facebook, Jean diz que estudou na universidade, mas não fala no curso.

Mutilação
O delegado Fábio Rogério não confirma que o estudante morto, Máximo Augusto, teve partes do corpo mutilados como se espalhou em redes sociais.
Segundo o delegado, se houve alguma alteração no corpo da vítima, se deu naturalmente, pelo fato de ter ficado exposto ao sol desde a sexta-feira até o domingo.
Pena para o crime
O responsável pela morte do estudante Máximo Augusto, Jean Araújo Rocha, será enquadrado, como disse o delegado, no Artigo 157, Parágrafo 3.
Crime de latrocínio.
Caso tivesse provocado lesões na vítima, pagaria multa e pegaria de 7 a 15 anos de prisão.
Mas como houve morte, caso seja condenado, Jean Rocha pegará de 20 a 30 anos de prisão.