7 de julho de 2015 às 16:22
Para Agripino, Dilma acha que 'vitimologia' será mais forte do que os argumentos jurídicos do TCU, PGR e TSE
[0] Comentários | Deixe seu comentário.D'O Globo: Discurso de Dilma é ‘golpe’ e faz parte de estratégia para inibir as instituições, diz Aécio Líderes do DEM veem bravata em entrevista sobre crise política Chico de Gois BRASÍLIA — A oposição criticou nesta terça-feira as declarações da presidente Dilma Rousseff de que não vai cair e que há setores que desejam um golpe contra seu governo. Em nota, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, disse que o discurso de Dilma é uma estratégia para inibir as instituições. “O discurso do golpe que vemos hoje assumido pela presidente da República, e repetido pelos seus ministros e pelos petistas, nada mais é do que parte de uma estratégia planejada para inibir a ação das instituições e da imprensa brasileiras no momento em que pesam sobre a presidente da República e sobre seu partido denúncias da maior gravidade”, disse o senador. Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Dilma afirmou que não vai renunciar ao mandato porque não tem nenhuma culpa sobre os desvios de dinheiro na Petrobras e que enxerga uma "oposição um tanto quanto golpista" quando se diz que ela não concluirá seu mandato. Aécio afirmou que tudo o que contraria o PT é tratado como golpe. O tucano diz que os petistas não reconhecem os instrumentos de fiscalização e de representação da sociedade em uma democracia. “Para o PT, se o TCU identifica ilegalidades e crime de responsabilidade nas manobras fiscais autorizadas pela presidente da República, trata-se de golpe. Para o PT, se o TSE investiga ilegalidades na prestação de contas das campanhas eleitorais da presidente da República, trata-se de golpe. Se a Polícia Federal e o Ministério Público investigam crimes de corrupção praticados por petistas, para o PT trata-se de golpe”, diz o senador. Para o presidente do DEM, senador José Agripino, Dilma fez declarações movidas a emoção. — Foi uma entrevista movida a pura emoção. A presidente parece achar que a vitimologia será mais forte do que os argumentos jurídicos contidos nas ações que ela terá que enfrentar no Tribunal de Contas da União (TCU), na Procuradoria Geral da República (PGR) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — , disse ele, referindo-se a processos que investigam se a campanha dela à reeleição recebeu recursos do esquema de corrupção na Petrobras; no TCU ela pode ter as contas rejeitadas por conta das pedaladas fiscais do ano passado. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), afirmou que não é oposição, mas o próprio PT, quem tem criticado o governo da presidente. — A principal reclamação que ela tem que fazer é contra o partido dela mesmo, porque as piores derrotas no congresso têm sido provocadas pelo PT. Quem tem mais vocalizado a respeito do desempenho dela na Presidência não é a oposição. O ex-presidente Lula tem dado carga muito forte, criticando a conduta dela — afirmou. — Os aspecto relativos à sua reeleição são de ordem legais. Quem questiona é o TCU, que tem uma composição não partidária. Não há o que questionar na posição do TCU porque ele está cumprindo com suas atribuições. Corre um processo no TSE sobre o que foi praticado de forma inadequada durante a eleição do ano passado — observou o líder. — Antes de fazer um discurso público na linha da bravata, acho que a presidente deveria tentar serenar os ânimos do país, mostrar uma direção, porque, infelizmente, o quadro atual é de muita contestação do processo de reeleição dela e do desempenho dela como presidente, que não oferece perspectivas de longo prazo — concluiu. Para o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), acredita que a Câmara precisa ter equilíbrio. — A Câmara precisa exercer um papel de bombeiro e não de incendiário— disse. Ele avaliou que o clima político está vinculado ao quadro econômico e, nesse sentido, é bom o governo apresentar medidas para melhorar a economia. Ele elogiou a Medida Provisória que será encaminhada ao Congresso e que permite a redução da jornada de trabalho e de salários. Rosso elogiou a entrevista de Dilma e apontou uma mudança de espírito por parte da presidente. — Quando ela diz que não vai cair, ela está convicta e tranquila sobre qualquer responsabilidade. Para ele, a convenção do PSDB no fim de semana e declarações dos tucanos de que estariam prontos para assumir o poder fez com que Dilma reagisse.