16/07/2015
Deputados desistem de esticar mandatos e mantém data de posses de presidente e governadores
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Do G1 Câmara resgata mandato de quatro anos para presidente e demais cargos Deputados analisam propostas de alteração à PEC da reforma política. Texto ampliava mandato para 5 anos para compensar fim da reeleição Por Nathalia Passarinho A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (15), ao analisar propostas de mudança à PEC da Reforma Política, resgatar o mandato de quatro anos para presidente da República, governador, deputado e demais cargos eletivos. Os parlamentares excluíram do texto-base trecho que instituía mandato de cinco anos, o que, na prática restitui o mandato de quatro. No caso de senador, volta a ser de oito anos. A proposta de emenda à Constituição da reforma política já foi votada em dois turnos pela Câmara, mas os deputados ainda analisam destaques que visam modificar a redação. A ampliação do mandato para cinco anos para cargos majoritários havia sido uma forma de a Casa “compensar” a aprovação do fim da reeleição para presidente, governador e prefeito. Ao analisar o mesmo destaque, os deputados também restituíram a data atual de posse do presidente da República e governadores, que é em 1º de janeiro. O texto-base havia alterado a data para 5 de janeiro, no caso de presidente, e 4 de janeiro, para governadores. Defensor de manter o prazo atual de quatro anos, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a ampliação do mandato “afastaria o eleitor do representante”. “Quatro anos é de ótimo tamanho. Não é tão longo que afaste o eleitor do deputado, nem tão pequeno que nos obrigue a submeter a eleições em períodos curtos”, disse. O deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) argumentou que o eleitor precisa ter o direito de mudar de representante em quatro anos, se o governo for ruim. “Imagine o eleitor que tem um mal governante, tem de esperar cinco anos?”, criticou. Já o PT se manifestou contra manter o mandato em quatro anos. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) argumentou que a ampliação do tempo de governo havia sido uma das condições para que o partido apoiasse o fim da reeleição. “É um ato coerente que, se a gente muda o sistema para fim da reeleição, que haja mandato de cinco anos. E agora, em uma votação de quórum baixo, aprovamos mandato de quatro anos. Estamos caminhando para um modelo de votação da reforma política que se assemelha a um Frankenstein”, disse o petista. Mais cedo nesta quarta (15), os deputados derrubaram destaque, de autoria do DEM, que visava manter a reeleição para presidente da República. Com a decisão fica mantida a proibição de dois mandatos consecutivos para todos os cargos majoritários – presidente, governador e prefeito. No total, desde o início da análise da PEC da reforma política, os parlamentares aprovaram 11 modificações à legislação atual, entre os quais o fim da reeleição e mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos: - fidelidade partidária; - prazo para desfiliação do partido sem perda de mandato; - novas regras para projeto de iniciativa popular; - possibilidade de policiais e bombeiros voltarem à ativa após mandato; - emissão de recibo em papel nas urnas; - fim da reeleição; - mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos (derrubado na votação desta quarta) - redução da idade mínima para candidatos a senador, deputado e governador; - restrições de acesso de pequenos partidos ao fundo partidário; - alteração na data da posse de presidente e governador; (derrubada) - permissão de doações de empresas a partidos. Além dos itens aprovados, os parlamentares também rejeitaram algumas mudanças estruturais no modelo político brasileiro: - instituir o voto facultativo nas eleições do país; - obrigar o candidato a registrar programa de campanha; - autorização para candidatura a mais de um cargo na mesma eleição; - alterar o atual sistema proporcional com lista aberta para escolha de deputados; - proposta de eleições simultâneas para todos os cargos eletivos; - proposta que previa o fim das coligações entre partidos nas eleições para a Câmara; - cota para as mulheres no legislativo; - perda de mandato a parlamentar que assume cargo no Executivo; - criação do cargo de “senador vitalício” para ex-presidentes da República; - voto em trânsito para todos os cargos eletivos; - formação de federações partidárias. * Do Blog - o cargo de senador vitalício para ex-presidente foi uma ideia de jerico que, felizmente, não foi aceita. Agora não foram aceitos aí propostas que são defendidas pela sociedade, como o fim do voto obrigatório e o fim das coligações.