13/08/2015
Gastronomia do poder: o tempero de Dilma e o destempero de Eduardo Cunha
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O tempero que o governo Dilma precisa está no cardápio do Palácio da Alvorada.
Na mesa da 2ª feira, em torno de ministros e senadores, Dilma conseguiu selar a paz com o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Ganha o apoio do Senado - apoio que não tem na Câmara - e em troca livra Renan da Lava Jato.
Na semana passada publiquei aqui, em primeiríssima mão, que Renan ficará de fora da denúncia que será oferecida pelo procurador Rodrigo Janot, incluindo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha e os senadores Ciro Nogueira e Fernando Collor.
Mesmo citado no mesmo caso, Renan ganhou carta de alforria ao agradar a presidente.
Discursa no Senado falando em uma tal "governabilidade", mas o que ele quer mesmo é se livrar da Lava Jato.
Conseguiu.
Na 3ª feira, no cardápio do Alvorada, as pedaladas fiscais.
Dilma ofereceu novo jantar, dessa vez a ministros do STF, presidentes de tribunais, procurador Rodrigo Janot.
Também saiu no lucro.
Ganhou mais 15 dias para explicar as pedaladas fiscais já que, de sobremesa, o TCU adiou por 15 dias a votação das contas do seu governo.
Em 15 dias tudo é possível.
Até provar que pedaladas, mesmo que sejam fiscais, fazem bem à saúde.
É aguardar.
Aguardar também o silêncio do TRE em torno da ação que pede o afastamento de Dilma e Michel Temer por abuso de poder na campanha.
Silêncio absoluto, foi o prato servido ao TSE.
E ontem, mais comida na pança dos que ensaiam botar pressão na presidente...em troca de quê?
Um café da manhã foi oferecido por Temer aos líderes do PMDB.
A presença de Lula roubou a cena já que o anfitrião foi Temer, mas quem falou mais foi Lula.
E o que foi que adoçou o café com Lula?
A tese de que o PMDB tem que se aproximar de Temer e Renan, e abandonar Eduardo Cunha, deixando o presidente da Câmara espernear sozinho.
Porém, resta saber se o café vai surtir efeito
Cunha dá sinais de que não surtirá, justificando que só o Senado não fará o país andar como quer e precisa Dilma.
O governo precisa da Câmara, e deixando Cunha à deriva, poderá não ter o apoio dos deputados, mesmo parte do PMDB estando já dando garantias de vida a Dilma.
Nisso Cunha tem razão.
E o destempero dele pode azedar o tempero do Palácio da Alvorada.
A foto acima, do café de ontem, ganhou as redes sociais.
Com muitas interpretações.
Jocosas, inclusive.