29/09/2015
Deputados discutem na CCJ sobre reforma fiscal do Estado
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O secretário de Tributação do Estado, André Horta, foi o convidado de hoje na reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do RN, presidida pela deputada Márcia Maia. Horta foi convocado para explicar o projeto de reforma fiscal do Estado, que está em discussão e tem sofrido críticas pelo fato de tratar de aumento de impostos. Um "remédio amargo" para sair da crise, como o Governo tem definido, porém, entendido pelo secretário como "meio amargo", referindo-se a outros estados que vem aplicando doses maiores do tal "remédio". O deputado Hermano Morais sugeriu que as classes produtivas, como federações, antes que a matéria seja votada. O deputado José Adécio disse discordar que a matéria seja votada "a toque de caixa", e considerou que o governo vem fazendo um "esforço enorme". Adécio disse que a Assembleia não pode 'baixar a cabeça' a tudo o que o governo quer. Adécio disse que este é o seu mandato "mais livre", rememorando que nas eleições do ano passado, votou em Henrique Alves no primeiro turno e em Robinson no segundo. O deputado Carlos Augusto Maia apresentou uma sugestão ao governo, apelando que o aumento de 1% nas taxas cobradas pelo Estado tenham um prazo de validade de apenas 2 anos. O discurso mais acalorado, como já esperado, foi o do deputado Kelps Lima, hoje o maior adversário do governo e do governador Robinson Faria. Kelps disse que, ao contrário do que vem dizendo, o governo não economizou 200 milhões de reais. "Só deixou de gastar porque não tinha", disse o deputado, afirmando que o governo anunciou que não iria contratar empresa de consultoria, que iria planejar junto à UFRN e ao PT, mas que contratou uma empresa por 7 milhões. Para o deputado Kelps Lima, o governo só deverá tomar uma providência se a crise se agravar. "Se a crise se aprofundar, e eu espero que ela se aprofunde, porque só assim o governo encontrará uma solução", declarou Kelps Lima. O deputado Dison Lisboa em sua fala disse que acredita no atual governo porque o que está acontecendo hoje no Rio Grande do Norte trata-se de uma "herança maldita". Segundo Dison, essa crise "não foi produzida nestes 8 ou 9 meses", disse Dison, justificando que o governo não gostaria de estar fazendo saques no fundo precidenciário para pagar aos servidores. "Entendo que essa Assembleia, em dezembro, fez a parte dela, aprovou a legalidade desses saques, e agora vejo deputados que votaram, agora criticando. Essa casa também tem que pagar algum preço. É muito bom jogar para a plateia", disse Dison, concordando que o debate precisa ser aprofundado. Dison lembrou de um governo passado, que para sair de um momento como este, e com aprovação da Assembleia e dos setores produtivos, o Estado aumentou de 17% para 25% o ICMS. "O aumento foi de 8%", lembrou Dison. Líder do Governo, o deputado Fernando Mineiro defendeu o aprofundamento das discussões, reafirmou que a matéria não deve ser votada em regime de urgência "Não sei como tem deputado que votou a favor e agora critica o que ele mesmo fez", sugerindo que este seria um momento de se discutir a questão do Estado", disse Mineiro, num rápido 'diálogo' com Kelps, respondendo que está debatendo o "mérito". "Mas posso fazer um debate político porque aqui as coisas estão misturadas", disse Mineiro. Kelps disse que vestia a "carapuça" por ter ajudado a aprovar a lei que permite que o governo faça saques no Fundo. Mas disse que é deputado e não tem vergonha de criticar, justificando que votou pela aprovação da lei, no fim do governo passado, que foi "mal redigida". Kelps disse que "topa" aprovar a mensagem do governo, "mas o governo tem que fazer sua parte", disse Kelps.