02/10/2015
Folha critica destinação de recursos a turismo religioso de Santa Cruz sem considerar o crescimento do município
[0] Comentários | Deixe seu comentário.A Folha de S.Paulo publica hoje crítica ao financiamento do governo federal, para instalação do teleférico de Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte. O turismo religioso em Santa Cruz é capaz, sozinho, de manter o município e região, mais distantes da crise, apesar da falta d'água por causa da estiagem. A reportagem - crítica pela crítica - sequer procurou saber o que significa para o município o que apenas classifica como "santa das causas impossíveis". Impossível acreditar que a pauta considerou desnecessárias informações do tipo quantos leitos existiam em Santa Cruz e região, e quantos tem hoje; quantos restaurantes tinham, e quantos são hoje; além de qual era o índice de desemprego antes e qual é agora. Longe do Blog fazer defesa de quem inventou a santa ou de quem bancou a santa, mas na obrigação de explicar aos leitores que o jornal não foi feliz ao apenas criticar um projeto que deu certo, entre os milhares que não dão no país. * Abaixo a reportagem da Folha: Em meio à crise e à seca, governo financia teleférico no interior do NE PATRÍCIA BRITTO DO RECIFE Em tempos de crise e de seca, o governo federal está ajudando a construir um teleférico no interior do Rio Grande do Norte que levará turistas e fiéis até uma imagem de Santa Rita de Cássia, a santa das causas impossíveis. As obras começaram há um ano em Santa Cruz (a 110 km de Natal), cidade de 39 mil habitantes que está entre os 153 municípios potiguares em estado de emergência devido à seca. Serão duas estações, sete torres de sustentação e oito bondinhos, que poderão levar até 150 pessoas por hora entre a igreja Matriz e o Alto de Santa Rita. Inspirado no Bondinho do Pão de Açúcar, o projeto foi orçado em R$ 12,6 milhões, quase dez vezes o Coliseu do Sertão, estádio de futebol construído com recursos federais no interior do Ceará. Do total, R$ 5,1 milhões já foram licitados, sendo R$ 4,2 milhões de recursos federais. Parte da verba foi viabilizada por meio de emendas parlamentares do então deputado Henrique Alves (PMDB-RN), hoje ministro do Turismo, e do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Os R$ 7,5 milhões restantes, para a compra de equipamentos importados, ainda não estão garantidos, e o valor deve subir devido à alta do dólar. Mas, segundo a secretária municipal de Turismo, Marcela Pessoa, o ministro "se comprometeu" a aprovar a verba restante. Idealizado em 2012 pelo ex-prefeito Tomba Farias (PSB), o teleférico complementa outra obra dele, o Alto de Santa Rita de Cássia –um santuário onde a imagem da padroeira da cidade é exposta como "a maior estátua católica do mundo". A santa tem 56 m de altura, 18 a mais que o Cristo Redentor do Rio. Além da estátua, o complexo inclui capela, mirante, altar, sala de promessas, restaurantes, lojas e estacionamento. O acesso também é possível sem bondinho, de carro ou ônibus. O santuário, inaugurado em 2010, custou R$ 6,5 milhões. A obra do teleférico é tocada pela gestão da prefeita Fernanda Costa (PMDB), mulher de Farias, e deve ser entregue até o fim de 2016.