29/01/2016
Lava Jato: Depois do triplex, o sítio de Atibaia
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Do triplex em Guarujá para um sítio em Atibaia...o nome do ex-presidente Lula cada vez mais próximo das investigações da Lava Jato. Na Folha de hoje a ex-dona de uma loja de materiais de construção e um prestador de serviço de Atibaia (SP) afirmam que a empreiteira Odebrecht realizou a maior parte das obras de reforma em um sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares. A reforma teve início em outubro de 2010, quando Lula estava no fim de seu segundo mandato como presidente. A propriedade rural, de 173 mil m² (o equivalente a 24 campos de futebol), está dividida em duas partes. Uma delas está registrada em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo que fundou o PT com Lula. A outra pertence formalmente ao empresário Jonas Suassuna, sócio, assim como Bittar, de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente. Segundo Patrícia Fabiana Melo Nunes, à época proprietária do Depósito Dias, a Odebrecht gastou nas obras cerca de R$ 500 mil só em materiais. "A gente diluía esse valor total em notas para várias empresas, mas para mim todas elas eram Odebrecht", diz. Segundo Patrícia, os pagamentos da construtora eram feitos semanalmente. "Eu lembro que o Quico [engenheiro] ligava para um outro senhor, que orientava sobre como era para fazer as notas. Eu não tinha o telefone, o endereço, nada desse outro senhor. Só sabia que na sexta-feira às três horas da tarde ele passava lá para pagar. Os pagamentos giravam em torno de R$ 75 mil a 90 mil por semana, em dinheiro vivo", disse Patrícia. "Era uma mala que tinha outros valores também para pagar para os pedreiros, serventes, etc. Ele ia tirando envelopes de papel pardo. Dava para ver que tinha uma organização na mala para ser rápido, pagar o pessoal e ir embora. Ele só fazia isso", diz. O Instituto Lula não quis se manifestar sobre o conteúdo da reportagem.