28/10/2016
Sem espetacularizar visita ao RN, presidente do STF discute soluções para sistema prisional potiguar com o presidente da República
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Por Thaisa Galvão A diferença está na vontade de aparecer...ou de fazer. Durante o governo Rosalba Ciarlini, o então presidente do Supremo Tribuna Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Joaquim Barbosa, veio ao Rio Grande do Norte para uma avaliação do sistema prisional. Visita espetaculosa, anunciada com antecedência. Barbosa foi a Alcaçuz com pompa e circunstância, imprensa sem perder um flash, mostrando o ministro dentro do caos do presídio natalense. Terminada a visita e muitas entrevistas depois, o presidente foi ao gabinete da governadora cobrar providências. Deu prazo, inclusive, para a governadora dar um jeito no sistema prisional do RN. O espetáculo rendeu mídia nacional, manchete de revista...e nenhum resultado. Sem dinheiro repassado pelo governo federal e com o caixa próprio deficitário, o governo do Estado não acrescentou sequer um bebedouro ao presídio visitado pelo espetaculoso presidente do STF e CNJ. E o tempo passou... Atual presidente do STF e CNJ, a ministra Cármen Lúcia chegou de mansinho ao Rio Grande do Norte. Somente os órgãos de segurança foram informados, já que competia a estes garantir a segurança da ministra no RN. Sem alardes, Cármen Lúcia foi a Mossoró e visitou o presídio federal de segurança máxima. Deu entrevistas. Mas apenas falando que fará visitas em todo o Brasil. De Mossoró pousou em Natal e vistou o PEP - presídio de Parnamirim onde o governo do Estado instalou o bloqueador de sinal de celular que provocou uma rebelião estadual. Também visitou, sem agendar, o presídio feminino. Terminadas as visitas, acompanhada por auxiliares do governo dos setores de segurança, a ministra pegou o avião lá mesmo em Parnamirim, na Base Aérea, e voltou para Brasília. Declarações à imprensa no mesmo estilo que deu em Mossoró. Visita ao governador Robinson Faria? Não houve. Cobrança ao governo estadual? Muito menos. A ministra Cármen Lúcia chegou ao Rio Grande do Norte com a intenção de resolver...e não de aparecer. Tinha consciência que bater na porta do gabinete do governador para fazer cobrança e estipular prazo, teria um efeito midiático apenas, e prático...nenhum. Sem grande repercussão, fotos sensacionais nem frases de efeito, a presidente do STF e CNJ levou o problema ao presidente Michel Temer, e não ao governador Robinson Faria. Cármen Lúcia reúne os Poderes agora no final da manhã para tratar de falta de segurança em todos os Estados do Brasil, tendo como exemplo o Rio Grande so Norte. Palmas para a ministra Cármen Lúcia. Quem quer solução faz o que ela está fazendo. Vamos esperar para saber se o presidente Michel Temer vai ouvir a presidente do Supremo. Um porta-voz melhor do que esse o Rio Grande do Norte não poderia ter. E o que é melhor: sem conotação política. Com cara e jeito de quem quer resolver, e pronto.