29/11/2016
Conheça a história da Chapecoense, o clube de uma pequena cidade do interior que voou em buscaria de um título internacional
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DA SÉRIE D À FINAL DA SUL-AMERICANA: A CHAPECOENSE NOS ÚLTIMOS 7 ANOS
De uma pequena cidade no interior de Santa Catarina para a final do segundo torneio mais importante do continente. A Chapecoense surpreende a tudo e a todos e possui, nos últimos 7 anos, uma campanha de botar inveja a qualquer time
Chapecó é uma cidade localizada no oeste de Santa Catarina e possui pouco mais de 200 mil habitantes segundo o senso de 2016 do IBGE. É apenas a 5ª maior população do estado. Porém, nas últimas semanas, todas as atenções se voltaram para a “Capital do Oeste”.
Tudo isso por causa do time de futebol da cidade: a Chapecoense.
Hoje em dia, quem não conhece a Chapecoense?
Finalista da Copa Sul-Americana, o alviverde traçou um caminho surpreendente até chegar onde está.
Porém, há 5 anos atrás, o time ainda era um desconhecido para muitos. Foi usando de um modelo de gestão inteligente e valorizando a sua região que a Chapecoense conseguiu subir até onde está hoje.
A Associação Chapecoense de Futebol foi fundada em 1973 a partir da junção de dois antigos clubes da cidade de Chapecó: o Atlético Chapecó e o Independente. O objetivo era criar uma expressividade do futebol regional em Santa Catarina, pois este era praticamente inexistente.
Foi em 1977 que o alviverde conquistou seu primeiro título: bateu o Avaí na final do Catarinense e levou a taça pra casa.
O Bicampeonato só viria em 1996, depois de uma grande polêmica.
Na noite anterior à final, alguns torcedores da Chape soltaram fogos em frente ao hotel em que o Joinville, adversário da Chape, estava hospedado.
O presidente do Joinville decidiu então não ir a campo, e o árbitro declarou a Chapecoense campeã por W.O.
O Joinville recorreu e conseguiu realizar outro jogo no dia 18 de dezembro (inicialmente, o jogo aconteceria em 13 de julho). Mesmo assim, a Chape levou o confronto para a prorrogação e garantiu o seu segundo título na história.
Depois disso, a Chape passou por momentos difíceis.
O pior deles em 2001, quando a equipe ficou em último lugar no Catarinense e teve de disputar a divisão de acesso no ano seguinte para retornar à elite.
Em 2003, para se livrar de sérias dívidas, a Chape mudou o nome para Associação Chapecoense Kindermann/Mastervet, mudando sua personalidade jurídica e se aproveitando de uma brecha na legislação brasileira.
Foi em 2005 que tudo mudou.
Um grupo de empresários de Chapecó assumiu a direção do clube e começou a mudar a realidade do time. Essa mudança de gestão ajudou o crescimento da Chapecoense pois fez com que a região e o time crescessem juntos.
Em 2007 a Chape conquistou o seu tricampeonato estadual e a consequente classificação para a Copa do Brasil de 2008, onde foi eliminada na 2ª fase.
Já em 2009, mesmo desacreditado, o alviverde conquistou o vice-campeonato estadual e disputou a Série D, onde conseguiu o acesso para a Série C de 2010.
Entre 2010 e 2012, a Chape continuou disputando a Série C.
No último ano, conseguiu o acesso para a Série B de 2013.
A conquista do acesso para a segunda maior divisão do país foi um feito histórico para o time catarinense.
Mais histórico ainda foi o surpreendente acesso para a Série A de 2014.
Desde então, a Chapecoense continua firme e forte.
São 3 anos seguidos disputando a melhor divisão do país e fazendo boas campanhas recheadas de grandes vitórias contra os maiores times do Brasil.
Em 2014, primeiro ano da Chapecoense na Série A, o time goleou o Internacional por 5×0.
Em 2015, foi a vez do Palmeiras levar 5 “flechadas” do Índio Condá.
Porém, o ano de 2015 foi histórico para a Chapecoense por outro motivo.
Foi o ano em que o time catarinense realizou a sua primeira partida internacional.
Foi contra o Libertad do Paraguai, nas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
O alviverde se impôs e garantiu a classificação.
Nas quartas de final, o baque: enfrentariam o todo poderoso River Plate da Argentina.
No jogo de ida no Monumental de Nuñez, o time argentino ganhou por 3×1.
Porém, o placar deixou o jogo de volta na Arena Condá mais emocionante.
A Chapecoense se impôs e caiu de pés vencendo o confronto por 2×1, com direito a bola na trave no final do jogo.
Mas esse não é o final da história.
Em 2016, a Chape conquistou o tetracampeonato estadual e manteve a sua boa campanha no Brasileirão, considerando a sua renda e gastos em comparação com os outros clubes.
A surpresa foi, novamente, na Copa Sul-Americana.
O dia 23/11/2016 entrou para a história da Chapecoense como o dia em que o Alviverde conseguiu a sua classificação para a final da Copa Sul-Americana.
Em uma campanha histórica, deixando pelo caminho times como Júnior Barranquila (COL), Independiente (ARG) e San Lorenzo (ARG), a Chapecoense garantiu a sua vaga na grande final do segundo maior torneio continental da América do Sul e vai enfrentar o Atlético Nacional, campeão da Libertadores de 2016.
Em apenas 7 anos, a Chapecoense subiu as 4 divisões nacionais e conseguiu ir à final de um grande torneio internacional.
Esse desempenho prova que sim, é capaz fazer um bom time com pouco dinheiro a partir de uma gestão inteligente e com os pés no chão.
O time de Chapecó é um exemplo para todos os times do interior do Brasil.
Agora, a “Chapeterror” tem a oportunidade de coroar o seu crescimento com um título internacional.
Porém, mesmo se não vencer, o time já conseguiu entrar para a história e também para o coração de muitos brasileiros.