16/12/2016
Pacote econômico anunciado por Temer tem medidas pela metade que o consumidor ainda não sabe como será atingido
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Economistas garantem que o pacote econômico lançado ontem pelo presidente Michel Temer é para “mostrar serviço”. Eles analisam que medidas anunciadas são positivas, mas com pouco potencial para estimular a atividade econômica. "[O efeito] É pífio. É mais um esforço de relações públicas do que qualquer outra coisa. Não é isso que vai fazer a diferença", afirma o economista e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartzman. "É um pouco para mostrar serviço e que tem uma agenda que não se limita a questão fiscal", disse o economista em entrevista ao G1. O pacote foi desenhado pela equipe econômica do Governo como para reduzir custos das empresas, aliviar dívidas de pessoas físicas e jurídicas e reduzir a burocracia do comércio exterior. O governo ainda estuda para o próximo ano a liberação do saque de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quitar dívidas com bancos. Deixou claro: dívidas com bancos. Uma forma mais de salvar bancos do que os devedores de outras dívidas... Uma das medidas de efeito prático – para o comércio – é a redução no prazo de repasse do crédito para lojistas. A proposta é encurtar o prazo para os bancos repassarem recursos aos lojistas nas compras com cartões de crédito. O governo espera que isso gere uma redução dos juros cobrados, uma vez que a demora no repasse geraria um custo adicional embutido no preço dos produtos e serviços. Porém...o governo ainda não anunciou de que forma vai encurtar esse prazo. E é aí que mora o problema. E se, para facilitar a vida do lojista, o governo mexer também no prazo do cartão de crédito do consumidor? Tipo...compro hoje, já sabendo que só entra no meu cartão daqui a um mês. E se o governo mexer nessa facilidade do consumidor, encurtando o prazo para ele também? A questão do governo, como dizem os especialistas, é fazer marketing. Anuncia medidas pela metade, ainda sem saber como fazer para executá-las e sem falar no efeito prático para quem vai ser atingido. É como dizem os economistas: medidas de efeito pífio.