08/12/2017
Em defesa de Cabral, Lula diz que não tem certeza que ex-governador roubou
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Do Estadão: Lula diz que desconfia se acusações contra Cabral são verídicas Ex-presidente diz que Rio 'não merece ter governadores presos porque roubaram', mas afirma que 'nem sabe' se isso é verdade Roberta Pennafort, O Estado de S.Paulo RIO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira, 7, em comício em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que desconfia se as acusações de corrupção ao ex-governador Sergio Cabral (PMDB), seu antigo aliado, são verídicas. Cabral está preso há um ano pela Lava Jato e pode ser condenado a 300 anos de detenção. "Eu estou muito triste com o que está acontecendo com o Rio. O Rio não merece a crise que está passando. Não merece ter governadores presos porque roubaram. Eu nem sei se isso é verdade, porque não acredito em tudo o que a imprensa fala. É importante investigar, saber a verdade. Quem roubou tem que estar preso", declarou. O estado do Rio tem dois ex-governadores presos atualmente: além de Cabral, também está encarcerado Anthony Garotinho (PR), acusado de crimes eleitorais e outros, correlatos. Já Cabral, tratado por Lula como amigo íntimo no passado, tem situação bem mais grave: responde a processos por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e oitros crimes, e já foi condenado a 72 anos de cadeia, no Rio e em Curitiba. Ao falar de sua própria situação na Lava Jato, o ex-presidente disse que nada foi encontrado pela Polícia Federal nas buscas em sua casa. "Encontraram dinheiro na casa de não-sei-quem, joias na casa de não-sei-quem... Na minha só encontraram a joia do caráter". O palanque de Lula em Nova Iguaçu foi montado na Praça Rui Barbosa, no centro na cidade, uma área de comércio popular. A praça não chegou a ficar lotada. O mesmo se dera mais cedo na Praca do relógio, no município vizinho de Duque de Caxias, onde ele também discursou. Nos dois atos houve reações anti-Lula discretas. O ex-presidente foi acompanhado nesta quinta-feira pelo senador Lindbergh Farias (PT) e seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, além de deputados e lideranças locais. Amorim, aventado como possível candidato do PT a governador do Rio em 2018, discursou exaltando a política externa dos governos do petista.