02/04/2019
Saiba tudo sobre bactéria que matou o neto de Lula
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Da Folha: Neto de Lula morreu com infecção pela bactéria Staphylococcus aureus Microrganismo causa infecções de pele; hospital em Santo André disse que causa era meningite meningocócica Cláudia Collucci Wálter Nunes SÃO PAULO O menino Arthur Araújo Lula da Silva, neto do ex-presidente Lula, morreu por sepse (infecção generalizada) originada pela bactéria Staphylococcus aureus, muito presente em infecções de pele, ou mesmo contusões, que podem ser a porta de entrada para o organismo. A Folha confirmou a informação com quatro infectologistas que tiveram conhecimento do caso e com uma fonte próxima ao ex-presidente Lula, mas que preferem se manter no anonimato em respeito à família, que não fala sobre o assunto. Nesta segunda (1), a Prefeitura de Santo André confirmou que Arthur não havia morrido de meningite meningogócica, como havia sido previamente informado pelo hospital à época. De acordo com a nota da prefeitura, logo após a morte do menino a Secretaria de Saúde local encaminhou amostras coletadas no hospital para análise e confirmação do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo e os exames descartaram "meningite, meningite meningocócica e meningococcemia". "Todos os procedimentos de proteção e profilaxia dos comunicantes foram realizados seguindo os protocolos do Ministério da Saúde", diz a nota da prefeitura. O hospital ainda não se pronunciou sobre o caso nem sobre a real causa da morte. A família também não fala sobre o assunto. Nesta segunda (1º), o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) publicou em seu perfil no Twitter que espera que o hospital "esclareça quais procedimentos de apuração já realizou para o vazamento de diagnóstico que se revelou antiético para com a família e irresponsável com a saúde pública da região". Procurado, Padilha disse por meio da assessoria que, pelo ponto de vista ético, não falará sobre a bactéria e não tratará sobre o assunto. Afirmou ainda que só se manifestou para que Secretaria de Saúde de Santo André informasse a população de que não havia um caso de meningite bacteriana circulando na cidade e que para que o hospital explique sobre o diagnóstico errado e o vazamento da informação A informação de que a morte de Arthur foi por meningite meningocócica levou a uma corrida aos postos de vacinação e a críticas ao SUS que não dispõe de todas as vacinas que imunizam contra o agente causador da meningite. O risco de uma infecção pela bactéria levar à morte pessoas saudáveis, como menino Arthur, é muito baixo, mas pode acontecer. Depende de uma série de fatores, tanto das características da bactéria quanto do paciente e sua suscetibilidade imunológica. Não há vacina que previna a infecção pela bactéria e, segundo os médicos, não há motivo para pânico. É possível prevenir a contaminação com simples cuidados básicos de higiene, principalmente se houver machucados na pele: lavando as mãos e o local do ferimento. STAPHYLOCOCCUS AUREUS É transmitida pelo contato direto com uma pessoa infectada (por meio de objetos contaminados ou inalação de pequenas gotículas infectadas ao espirrar ou tossir) O Staphylococcus aureus está presente no nariz (em geral temporariamente) de cerca de 30% dos adultos saudáveis e na pele de cerca de 20%. Os percentuais são maiores em pessoas que são pacientes ou trabalham em um hospital. As pessoas podem mover a bactéria do nariz para outras partes do corpo com as mãos, por vezes levando à infecção As infecções de pele por essa bactéria são comuns, mas as bactérias podem se espalhar pela corrente sanguínea e infectar órgãos distantes • As infecções de pele podem causar bolhas, abscessos, vermelhidão e inchaço da área infectada. • O diagnóstico é baseado na aparência da pele ou identificação da bactéria em uma amostra do material infectado. • A lavagem bem feita das mãos pode ajudar a prevenir a propagação da infecção. • Os antibióticos são escolhidos com base na probabilidade de serem eficazes contra a cepa que causa a infecção Fatores que aumentam o risco de contrair uma infecção estafilocócica: • Gripe • Distúrbios pulmonares crônicos (como enfisema por fibrose cística) • Leucemia • Tumores • Um órgão transplantado, um dispositivo médico implantado ou um cateter inserido em um vaso sanguíneo por um longo período • Queimaduras • Distúrbios crônicos da pele • Cirurgia • Diabetes mellitus • Medicamentos, como corticosteroides, medicamentos que suprimem o sistema imunológico (imunossupressores), quimioterapia para câncer ou drogas ilícitas injetadas • Radioterapia Fonte: Manual MSD