30/07/2019
Crusoé4: Moro não vê imagem arranhada por causa dos vazamentos
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Para o ministro Sérgio Moro, o vazamento de dados que vem sendo publicados não sujaram sua imagem perante a opinião pública. Continue conferindo a entrevista concedida ao repórter Rodrigo Rangel, da revista Crusoé: Qual tem sido o custo pessoal desses vazamentos no seu dia a dia? Fui magistrado durante anos. Tive investigações difíceis, envolvendo pessoas perigosas. E de certa maneira eu tenho certa resistência. Eu lamento é que um trabalho custoso, que representou um avanço institucional contra a corrupção, seja alvo de tanta maledicência e sensacionalismo. Acho que é um tratamento injusto. Há uma grande dose de injustiça e ignorância do trabalho que foi feito e do contexto no qual ele foi realizado, de muita dificuldade, que revelava o envolvimento em grande corrupção de personagens em cargos elevados da República, o que gerava uma série de tensões e pressões cotidianas. Na rua, porém, o que eu tenho visto é a intensificação o apoio. Os vazamentos fortaleceram a sua imagem entre os que já apoiavam a operação? Eu nunca reclamei um crédito pelo trabalho da Lava jato. Sempre foi um trabalho institucional, de diversos órgãos. Mas essas manifestações de apoio refletem a compreensão de que as ações foram corretas, de que era importante enfrentar a corrupção, e de que está havendo injustiça na divulgação desse material. Pensou em desistir em algum instante? Eu ouço muito das pessoas na rua: "Não desista". Nesse ultimo mês e meio, tenho ouvido com mais frequência. Mas acho que existe um trabalho a ser realizado. Já disse que vim ao governo com o objetivo de consolidar os avanços anticorrupção, impedir retrocessos e para avançar também outras áreas importantes, como o enfrentamento ao crime organizado e aos crimes violentos. Para mim é uma missão. Se fosse identificada alguma conduta ilícita ou ilegal de minha parte, seria diferente. Eu não posso desistir por algo que não tem nada de ilícito. A Lava Jato está há anos sob ataque. O que há de diferente agora? Existe um status quo que foi extremamente contrariado pelas investigações. Pessoas muito poderosas viram nesse ataque uma oportunidade para reavivar essas tentativas de retrocesso e revanchismo Me surpreendeu um pouco a agressividade de determinados setores o que denota um sentimento de revanche, de vingança pelo trabalho institucional que foi realizado. Inclusive por parcelas da advocacia. Tenho respeito pelos advogados, mas uma parcela deles vê o enfrentamento da corrupção a partir de uma perspectiva não muito positiva.