23/04/2020
A possível demissão de Moro com a ideia de bolsonaro trocar comando da PF por militares federais mais próximos de sua família
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Na Folha de S. Paulo, o repórter Leandro Colon diz que o ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu demissão a Jair Bolsonaro.
E que teria tomado a decisão ao ser informado por bolsonaro pela decisão de trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo.
Bolsonaro informou o ministro, em reunião, que a mudança na PF deve ocorrer nos próximos dias. Moro então pediu demissão do cargo, e Bolsonaro tenta reverter a decisão.
Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram escalados para convencer o ministro a recuar da decisão.
Se Valeixo sair, Moro sairá junto, segundo aliados do ministro.
Valeixo foi escolhido por Moro para o cargo. O atual diretor-geral é homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato. Desde o ano passado, Bolsonaro tem ameaçado trocar o comando da PF. O presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia.
Em seu blog, no G1, Andréia Sadi não foi enfática quanto à demissão de Moro.
Ela escreveu assim:
Moro e Bolsonaro conversaram hoje. Segundo relatos obtidos pelo blog, não foi apresentada uma justificava clara para trocar a direção da Polícia Federal. Quem acompanha as investidas de Bolsonaro desde o ano passado diz que o problema para o presidente não é Valeixo, mas o próprio ministro. E que o presidente quer um diretor-geral próximo à família Bolsonaro.
Moro, ao ser informado pelo presidente, resistiu à troca e chegou a dizer que seria muito ruim para ele, à frente do Ministério da Justiça, perder seu braço direito.
Aliados de Moro avaliam que a saída de Valeixo enfraquece o ministro e significa uma intervenção do presidente na principal corporação de investigação do país.
Moro, segundo avaliações do Ministério da Justiça, teria dificuldade em indicar um sucessor.
No Estadão, Fausto Macedo disse que o ministro Moro teria dito que deixará o governo caso o bolsonaro imponha um novo nome para comandar a Polícia Federal.
O Estado apurou que o ministro não aceita que essa troca venha de “cima para baixo”, e defende o direito de fazer a escolha.