12/11/2020
Morre em Mossoró o professor Doutor em Ciências Políticas, Thadeu Brandão
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Ele não era só um cientista político.
Thadeu Brandão era Mestre e Doutor em Ciências Políticas.
Professor da Ufersa, articulista na imprensa, editor de blog de opinião, colunista em jornal, apresentador de programa de rádio.
Tinha sempre posições a declarar.
Não resistiu à depressão, o mal que aterroriza o mundo moderno.
Thadeu morreu na manhã desta quinta-feira em Mossoró
A Ufersa decretou luto institucional por 3 dias.
No blog que assinava, um dos últimos artigos publicados, ainda em junho, antes da escolha da nova reitoria da universidade onde era professor efetivo.
Um texto aparentemente antigo...mas tão atual.


Dizem que quem morre de véspera é peru de Natal. Assim está a UFERSA, morrendo e gemendo de véspera, neste vale de lágrimas.
Aceitou-se passivamente a quebra da paridade que antes havia (professor, funcionário e estudante com mesmo peso de votos) e nada fora reclamado ou brandado. Agora, como onda que também morre, mas não de véspera, mas na praia, vejo a ler as “notas de repúdio” e de luta que, se muito conheço a história, não passarão disso.
Agora é democracia ou morte! Dizem. Bradam os lutadores do mote revolucionário. Mas a quebra da paridade – autoritária por si mesma – nem uma coroa de defunto mereceu.
O ministro da educação, seja lá quem for ele até lá, irá escolher um nome da lista tríplice, pois é a letra dura da norma positivada que conta. Lula e Dilma sempre respeitaram a escolha dos primeiros colocados. FHC nem sempre (caso da UNB) e Bolsonaro só às vezes.
Se o reitor que encabeça a lista se alinhar com o governo (como parte da universidade já o fez), fatalmente será empossado e tudo será como sempre foi na UFERSA: vence o candidato indicado pelo reitor anterior. Minto? Sempre foi assim, uma máquina na mão, a vitória na outra. Nunca houve escolha de fato e muito menos “liberdade”.
Agora há o risco de alguém que a reitoria não apoiou assumir a tão sonhada, almejada e sofrida vaga. Mas sabem o que mais me faz rir? TODOS os candidatos a reitor da UFERSA já foram aliados e já se apoiaram mutuamente em algum momento. E todos já tiveram cargos em pro-reitorias e reitoria. TODOS.
Enfim… nada mudará porque tudo foi feito para permanecer como sempre. Uma eleição onde se discutiram prédios e postes e, em nenhum momento, um MODELO de universidade que se adeque ao contexto e às necessidades da região. Polos de licenciatura, cursos voltados para o mercado de trabalho, etc.
Um exemplo da mediocridade imperante: A UFERSA deixou escapar o OBVIO RN por não dar apoio algum, nem uma mísera sala. A UFRN deu duas salas, 16 bolsistas e todo o apoio. Perdemos.
Importa mesmo quem será reitor para além daqueles que irão ocupar cargos polpudos e canetas nas mãos?
Não. Pois para a maioria dos docentes e alunos, nada mudará.
Assino com a lucidez dos que já perderam a esperança.
Thadeu Brandão, Dr. Associado I.
Postado em 16 de junho de 2020 - 18:31h