22/05/2021
Senado: campanha de ‘deseleição’ marca o momento político no RN
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Fora de época.
Bastou o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira, se pronunciar sobre apoio à candidatura do ministro Rogério Marinho ao Senado, para vereadores e prefeitos começarem uma campanha fora de época de declaração de apoio ao pré-candidato.
Sinal claro de uma campanha para tirar o palanque do ministro Fábio Faria, companheiro de Rogério no governo Bolsonaro, e que também tenta viabilizar uma candidatura ao Senado.
Fábio já está sem palanque.
Sem apoio do presidente da Assembleia e do prefeito da capital Álvaro Dias, e sem um candidato a governador, terá que optar, caso confirme o projeto majoritário, por palanques localizados, em municípios onde tem prefeitos aliados.
Não será fácil numa disputa para o Senado, quando o protagonista já é um nome conhecido e desgastado ao ponto de ter enfrentado dificuldade para se reeleger deputado federal em 2018.
O palanque “oficial” de Rogério tem o papel de desalojar Fábio do cenário que se forma para o próximo ano, do mesmo jeito que a anunciada possível candidatura do ex-senador Garibaldi Filho, também ao Senado, ocupa o palanque que vem sendo paquerado pelo ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves.
O ex-prefeito, embora não tenha se movimentado, principalmente no interior, onde não teve sucesso nas duas vezes que disputou o governo do Estado, articula pesquisas que apontam seu nome em primeiro lugar, na intenção de conseguir um palanque.
Porque Carlos também não tem.
Diferente de Garibaldi, que apesar de ter perdido a eleição em 2018, se resolver botar o pé na rua terá palanque por onde passar.
Pode até não se eleger, mas palanque não vai faltar para o ex-senador, ex-governador, ex-prefeito de Natal e ex-deputado estadual que nunca perdeu uma missa, batizado, procissão, festa de padroeira, aniversário ou simplesmente o convite para um café no mercado em todos os municípios do Rio Grande do Norte.
O nome de Garibaldi tira o de Carlos Eduardo do jogo, a menos que a governadora Fátima Bezerra resolva acolhê-lo.
É assunto recorrente uma possível candidatura de Carlos no palanque de Fátima, que nunca chegou a conversar com ele sobre o assunto.
Tem recebido recados e escutado.
Fátima tem falado mais com grupos onde não constam o nome de Carlos Eduardo.
E no grupo do PT, mesmo que nos bastidores uma candidatura a deputado federal seja dada como certa, o senador Jean Paul Prates se declara candidatíssimo à reeleição.
Portanto...
Como o cenário parece de eleição fora de época, a época agora parece mais de ‘deseleição’.
Se lança Rogério para tirar Fábio, se lança Garibaldi para tirar Carlos Eduardo, e se tira Jean Paul para se lançar quem, possivelmente, possa agregar todos em um mesmo palanque.
Se isso vai rolar, as águas de debaixo da ponte irão dizer.
O fato é que os nomes de hoje poderão não constar da próxima urna eletrônica.