24/10/2022
Caso Roberto Jefferson abafa temas como inflação, salário mínimo e assédio eleitoral
[0] Comentários | Deixe seu comentário.O caso Roberto Jéfferson é na realidade um 'abafa o caso'.
Aliado de todas as horas do presidente Bolsonaro, tendo o padre Kelmon como ponte, o ex-deputado mirou no STF, nas declarações grosseiras contra a ministra Carmen Lúcia, para chamar atenção da sociedade e da classe política e abafar os temas que mais incomodam a campanha de Bolsonaro na reta finalíssima do segundo turno.
Abafa a inflação. Por mais que o presidente fale em deflação, não é isso o que a população sente quando vai ao supermercado, quando vai à farmácia, quando coloca "50 reais" de gasolina no carro.
Abafa a decisão do ministro Paulo Guedes, na semana passada, que desindexa da inflação, o salário mínimo e a aposentadoria, impedindo que ambos sejam reajustados anualmente com base na inflação, derrubando cada vez mais o poder de compra do brasileiro.
Abafa o caso do "pintou um clima", onde Bolsonaro entrou em uma casa de adolescentes venezuelanas, chamou-as de "garotas de programa", e nada fez para ajudá-las. Muito pelo contrário: disse que pintou um clima entre ele e uma menina bonita de 14, 15 anos...
Abafa o caso dos assédios eleitorais. São cada vez mais frequentes as denúncias na justiça de patrões forçando o trabalhador a votar em quem eles querem, ameaçando de demissão, e alegando que a empresa vai fechar e o trabahador ficará sem emprego, sem dinheiro, sem comida na mesa.
O caso de Roberto Jefferson, no Rio Grande do Norte, abafou o caso da Sociedade de Medicina, onde a entidade falou por todos os profissionais associados, mesmo não tendo todos a mesma posição política, e tomou uma posição que não é unânime, declarando "lealdade" a Bolsonaro e negando o Supremo Tribunal Federal, ao expor uma faixa onde estava escrito "Supremo é o povo".
O caso Roberto Jefferson abafou até a declaração da deputada Carla Dickson, no evento da Sociedade de Medicina, quando ela pediu, de microfone na mão, até 'pelo amor de Deus', que os médicos pedissem votos aos pacientes, e colocassem o número do candidato Bolsonaro nas receitas médicas, mesmo que com isso perdesse aquele paciente.
Portanto, Roberto Jefferson já está preso e o assunto agora é inflação, salário mínimo, pedofilia e assédio eleitoral.
Confira meu comentário sobre o assunto no Jornal do Dia da TV Ponta Negra: