30/10/2022
Servidora da Prefeitura de Boa Saúde deixa o cargo após sofrer pressão eleitoral do prefeito que se mostrou orientado pelo 'senador'
[0] Comentários | Deixe seu comentário.Servidora responsável pelo setor de compras da Prefeitura de Boa Saúde, Isdayanny Marques pediu exoneração do cargo que ocupava por se sentir constrangida e assediada eleitoralmente pelo prefeito Doutor Wellington.
A ex-servidora contou em um vídeo postado em suas redes sociais, como ocorreu a pressão do prefeito, na presença do procurador municipal (sobrinho do prefeito) e da dona da empresa terceirizada que atua na Prefeitura, quando o prefeito relatou que ela teria que votar no presidente Jair Bolsonaro.
“Se você não votar em Bolsonaro, se esse povo aí ganhar, a gente vai passar quatro anos de seca, eu não vou ter recurso para manter os funcionários, eu vou ter que diminuir o quadro de funcionários”, disse a ex-servidora, se referindo ao discurso proferido pelo prefeito, que ainda falou em ‘banheiros unissex’.
“Você não vê não? Esse povo aí que está governando, já tem banheiro unissex nas escolas estaduais. Você não vê não, a governadora ganhou e já tem banheiro unissex”, teria dito o prefeito à ex-servidora, que rebateu, afirmando que é lésbica e que sabe que isso não existe no município.
Segundo Isdayanny, o prefeito pressionou mais, se dizendo orientado pelo 'senador', sem citar o nome, porém nas redes sociais o prefeito é aliado do senador eleito Rogério Marinho.
“Você tem que votar em Bolsonaro porque ‘o senador’ disse que se Bolsonaro não ganhar vai ficar difícil pra gente governar”, disse o prefeito, de acordo com o relato da servidora exonerada.
A pressão, segundo Isdayanny, se estendeu à dona da terceirizada. “É, a gente vai ter que diminuir, não vai ter dinheiro, vai ter que diminuir os funcionários”, teria dito a empresária, que estava acompanhada de uma funcionária que também entrou no jogo do assédio contra a servidora. “Vai ter que cortar gente”, teria dito a funcionária olhando para Isdayanny.
“O tempo todo esse discurso e eu me sentindo pressionada, acuada, psicologicamente foi pesado pra mim. O que aconteceu ali era uma situação de uma pessoa superior a mim, em cargos hierarquicamente muito superior a mim, me pressionando psicologicamente, me coagindo, me acuando para que eu votasse no presidente porque se eu não votasse ia acontecer isso, isso e aquilo”.
Confira o vídeo da ex-servidora que manteve, diante do prefeito, seu voto contrário a Jair Bolsonaro.