23/07/2023
PDT: Márcia Maia assume a estraçalhada grife exclusiva de Carlos Eduardo e vai garantir o futuro político de Jean Paul Prates
A ex-deputada Márcia Maia acaba de ser escolhida presidente do PDT no Rio Grande do Norte.
Partido que nos últimos anos foi marca registrada de uma única pessoa: Carlos Eduardo Alves.
O PDT era a roupa de grife exclusiva de Carlos. Feita sob medida. Não cabia em mais ninguém. Quem ousava vestir, logo se sentia desconfortável e tirava do corpo.
O partido que um dia foi grande, se acabou no Rio Grande do Norte.
Na 'melhora da morte', agregou um grupo de vereadores e se gabava no diretório nacional de ter uma bancada na Câmara de Natal.
Mas foi na hora de vestir o modelito exclusivo de Carlos pra botar o pé no mundo, que o grupo, assim como tantos outros, mandou o partido pras cucuias.
De posse da grife, Carlos teve a última chance: se eleger senador e eleger um deputado federal nas eleições do ano passado. Não deu. Ele foi derrotado e da nominata para federal, o tal mandato prometido em Brasília não chegou nem perto: o mais votado teve pouco mais de 6 mil votos. Um desastre. Uma tragédia.
Dessa vez até o próprio Carlos pulou fora e foi parar no PSD. Pediu pra sair de seu próprio casulo ao tomar conhecimento de que este lhe seria tomado. O estilista da grife exclusiva havia cansado de desenhar em vão, de criar em vão.
Márcia Maia pega um partido estraçalhado. Uma legenda que ganhou a marca do 'sem confiança'. Vai ter um trabalho danado para apagar marcas da tragédia. Terá que trocar roupas exclusivas por peças de tecido a serem colocadas em prateleiras populares da política do Rio Grande do Norte. Vai gastar sola de sapato e discurso afinado para fazer pessoas voltarem a acreditar que o PDT tem a marca de Brizola, e não de Carlos Eduardo.
Se conseguir espalhar o PDT pelo estado, Márcia terá a sua grande chance. Depois da morte da mãe, ex-governadora Wilma de Faria, Márcia não teve mais sucesso eleitoral. Não se reelegeu deputada, passou longe de se eleger prefeita, e no ano passado se submeteu a bater esteira na disputa pela Câmara Federal, filiada ao Republicanos.
Presidindo o PDT, Márcia contará com um grande padrinho: o presidente da Petrobras Jean Paul Prates.
Afinado com os partidos da base do presidente Lula, e o PDT agora faz parte, Jean Paul articulou o partido para entregar a Márcia. O que vai garantir a ele próprio a sobrevivência política.
Nas eleições do ano passado, tentou se reeleger senador mas foi brecado pelo seu próprio partido, o PT, que optou por Carlos, o cara da grife exclusiva. Coube a Jean ser suplente, para depois somar os números do prejuízo e chegar à conclusão que seu projeto de reeleição teria sido mais saudável para o PT. Com o PDT nas mãos de Márcia, sua afilhada, Jean Paul não terá mais empecilhos.
Disposto a tentar a volta ao Senado, Jean Paul Prates já começa a encontrar a estrada congestionada no PT. E conta agora com dois caminhos: se segurar na Petrobras e fazer uma gestão histórica, e o PDT de Márcia Maia, que na realidade, é o PDT dele.
No Rio Grande do Norte, partido de Brizola começa a respirar sem aparelhos....