02/01/2024
Bahia: Prefeita do PL ataca professores e comete abuso ao alertar categoria a não lhe criticar na sua disputa pela reeleição
A justiça eleitoral tem um tema divertido para começar o ano.
Definir até onde declarações jocosas de Juliana Araújo, prefeita do município baiano de Morro do Chapéu, significam 'abuso de poder' e podem lhe render uma bem empregada inelegibilidade.
Juliana correu para se defender: e disse logo que o vídeo foi tirado de contexto.
A polêmica se dá a partir do vídeo abaixo, que eu comento e explico a seguir:
O vídeo começa com a prefeita soltando beijos.
Aí uma edição junta com um trecho que traz a declaração abaixo, SEM EDIÇÃO. Com contexto. Começo, meio e fim.
"Vocês professores, que tavam acostumados a ficar em sala de aula com os alunos pequenos, não dando aula, só lamento pra vocês, vocês vão ter que trabalhar porque a vida mansa acabou".
Aí uma nova edição junta mais um trecho do vídeo.
A primeira frase em destaque pode estar fora de contexto porque ela vem de outro tema. Mas o resto do texto tem começo, meio e fim. Tem contexto. SEM EDIÇÃO.
"Então, ó (beijo), esperem, porque o amanhã é agora. Agora, ó, não fala de mim não. Não tem o que falar é melhor (gesto na boca) ficar calado. (Outro gesto na boca) Fecha a boquinha que é melhor, tá bom, bebês?"
Nova edição. Entra outro trecho do vídeo. Com começo, meio e fim. Com contexto. SEM EDIÇÃO.
"Para o ano, ó, vou falar bem baixinho, ó... É crime. É crime eleitoral vocês ofenderem a mulher, lembrando que eu sou pré-candidata e que vocês não podem me ofender porque é crime federal. Justiça eleitoral é federal"
O vídeo pode ter sido montado com frases soltas, mas frases com contexto.
Quem diz que o vídeo foi tirado de contexto, foi montado, precisa estudar sobre contexto e deixar de usar a palavra 'contexto' como há 5 anos anos se passou a falar de 'narrativa', muitas vezes sem saber o que estava dizendo.
Sem saber o que significa o contexto de um texto, preferindo se limitar às suas 'narrativas', a prefeita postou em suas redes que estava sendo vítima de fake news.
A defesa da prefeita é a própria fake news.
O bom é que a briga dela é com professores. Categoria que entende de texto e de contexto.
A prefeita Juliana, do PL bolsonarista (claro), tem necessidade de se apresentar como 'prefeita'.
Ao andar pela cidade anunciando obras de calçamento, em uma campanha lançada no natal deste ano, ele imprimiu em sua camiseta, que ela é...PREFEITA.
Mais abuso?
Isso em uma cidade com menos de 34 mil habitantes..